segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cachorros abandonados ganham novo lar em abrigo na Muribeca


GRANDE RECIFE // ATITUDE CIDADÃ

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Do NE10
Foto: Vanessa Silva/ NE10
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O caminho esburacado e sem calçamento da Estrada Eixo da Integração, no bairro da Muribeca, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, leva ao lar de 108 simpáticos - e também enérgicos - moradores. Lessie, Bob e os outros cãezinhos do Abrigo da Dôra são os alvos da dedicação integral da professora aposentada Maria Auxiliadora Florêncio, ou Dôra, como é conhecida.

Desde os oito anos de idade, Dôra cuida de animais em sua própria casa. Com três graduações completas e uma interrompida no terceiro período, a responsável pelo abrigo se sente mesmo realizada mesmo é cuidando de seus cachorros.

Para ela, os animais representam mais que simples amigos. "São minha família, minha companhia, meu tudo", diz, com orgulho. No quintal espaçoso, mas improvisado, os cãezinhos fazem a festa. Eles são reis absolutos da vida de Dôra, que há cinquenta anos se dedica à causa de recolher e cuidar de animais abandonados pelas famílias.
O abrigo se mantém com a colaboração de cinco voluntárias fixas. Elas coordenam as doações de ração, remédios e demais mantimentos que a casa precisa para cuidar bem dos hóspedes. As voluntárias também passaram a articular a adoção dos bichinhos. Contra a vontade de Dôra, que por muito tempo se opôs à adoção por outros. Por ela, todos os animais ficariam sob seus cuidados até a morte. "A gente se apega, né? Também tenho medo que as pessoas peguem pra fazer maldade ou soltá-los na rua depois", defende-se.

Para adotar um cãozinho do abrigo, é necessário preencher um cadastro, com nome, RG e CPF. As voluntárias organizam também uma visita à casa do dono, agindo como assistentes sociais. Depois de adotados, os cachorros podem ser recolhidos de volta caso os novos donos não cuidem adequadamente dos bichos.

MANUTENÇÃO - Por mês, Dôra gasta cerca de uma tonelada de ração para alimentar toda a matilha. Não há doadores fixos, mas a aposentada garante que não faltam alimento nem remédios. "Pode faltar pra mim, mas não falta pra eles", garante. Os R$ 1.340 que ganha com sua aposentadoria Dôra investe praticamente 100% no abrigo.
Com os anos de experiência, Dôra diz haver aprendido a vermifugar e tratar das doenças que acometem os animais. Apesar disso, diz que sente muita falta de um apoio profissional. "Seria muito bom se médicos veterinários pudessem vir aqui de vez em quando e dar uma olhadinha neles", disse.

No canil, a grande preocupação das voluntárias e também de Dôra é o vírus da sinomose, que tem acometido grande parte dos cães do abrigo. A doença provoca o rebaixamento do quadril dos animais e é transmitida facilmente de um cachorro para outro. Para evitar que continue acontecendo, Dôra está reformando o quintal, construindo canis separados para machos, fêmeas, filhotes e adultos.

Questionada sobre o trabalho que dá pra gerenciar todo o espaço, a ex-professora é enfática: "Nenhum. Não dá trabalho nenhum fazer aquilo que a gente gosta e eu faço isso tudo com muito amor". Amor, aliás, foi a palavra que Dôra mais repetiu durante a entrevista. Observá-la por um mínimo espaço de tempo que seja entre seus "meninos" é suficiente para comprovar este sentimento.

DOAÇÕES:

Para ajudar o abrigo da Dôra, basta entrar em contato com uma de suas voluntárias, por telefone ou redes sociais. O email da casa éabrigodadora@gmail.com. Há também uma página no Facebook e uma conta no Twitter: @abrigodadora.


Contatos: 

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