sábado, 15 de outubro de 2011

Sibéria: cientistas descobrem crânio de primeiros cães domesticados, com 33 mil anos


Cientistas descobriram um crânio canino muito bem conservado, de 33.000 anos de idade, em uma caverna na Cordilheira de Altai da Sibéria, que mostra alguns dos primeiros indícios da domesticação de cães.
No entanto, o espécime levanta dúvidas sobre a lealdade do homem primitivo ao “melhor amigo”, conforme os tempos ficaram difíceis.
O crânio, de pouco antes do pico da última era glacial, é diferente dos cães ou lobos modernos. Embora o focinho seja similar em tamanho aos primeiros cães totalmente domesticados da Groelândia, de 1.000 anos atrás, seus dentes grandes assemelham-se aos lobos europeus de 31.000 anos atrás.
Isto indica um cachorro nos estágios iniciais de domesticação, segundo a bióloga evolucionista Susan Crockford, uma das autoras do estudo. “Os lobos não ficaram deliberadamente caseiros. O processo de tornar um lobo em um cão foi natural”, explicou Crockford.
Mas, para que isso acontecesse, era necessário que se estabelecessem as primeiras populações humanas.
“Neste momento, as pessoas estavam caçando animais em grande número, e deixando grandes montes de ossos para trás, o que atraia os lobos”, disse a bióloga. Os lobos mais curiosos, menos temidos, tendem a ter características mais juvenis, com focinhos mais curtos, mais largos e menores, e mais dentes, características que, ao longo das gerações, chegaram a definir o cão domesticado.
Estes primeiros cães teriam sido úteis para as pessoas, para “limpar” restos, afastar outros predadores como ursos, etc. Após a idade do gelo, ao longo dos últimos 10.000 anos, eles foram se tornando os principais membros da equipe.
“Quando você tem cães de caça, é uma virada de jogo. Caçadores com cães são muito melhores que caçadores solos”, disse o arqueólogo Thomas Higham, coautor do estudo.
Curiosamente, porém, este cão siberiano precoce parece ter atingido um beco evolutivo sem saída. As pessoas continuaram a ocupar o Altai através da última era glacial, mas parecem ter feito isso sem seus cães, talvez porque o alimento tornou-se mais escasso.
“O que a idade do gelo fez foi levar as pessoas a se movimentarem mais,” disse Crockford, “interrompendo o processo de domesticação e criação de lobos, e levando as pessoas a voltarem a competir com eles por talvez 20.000 anos”.
Felizmente, o cão siberiano mais próximo do cão moderno, o samoieda, criado para pastorar e guardar renas, parece ter tomado o lugar na domesticação onde seu antigo antecessor parou.[BBC]
http://hypescience.com
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