quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ABUSO CONTRA ANIMAIS SE TORNA INVENTÁRIO CULTURAL E IMATERIAL DE PORTUGAL


Evento pretendia ouvir também apoiadores de rodeios, que se retiraram antes do início dos debates

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Feliciano Filho (centro): favorável às tradições culturais, mas contra maltratar os animais
Sob a coordenação do deputado Feliciano Filho (PV) foi realizada nesta sexta-feira, 11/11, audiência para abordar o tema "Rodeio: esporte ou crueldade?". O evento reuniu dezenas de defensores de animais, vereadores, veterinários e deveria ouvir, também, representantes dos grupos que organizam os rodeios no Estado. Contudo, após solicitarem o uso da palavra somente no final do evento, os quatro ou cinco senhores que falariam a favor dos rodeios se retiraram antes do início audiência.

Em nome dos defensores dos animais na Câmara dos Deputados falaram os deputados federais paulistas Ricardo Tripoli (PSDB) e Ricardo Izar (PSD). Ambos relataram as dificuldades que um defensor dos animais enfrenta nos parlamentos. "Muitos colegas não acreditam que defender os animais seja uma grande causa", lamentou Tripoli.

Feliciano Filho anunciou que em 8/12 será lançada na Assembleia a Frente Parlamentar em Defesa dos Animais. "Neste dia teremos a presença da frente parlamentar da Câmara dos Deputados, a qual o Ricardo Izar coordena."

Torturas 

"Os animais são mansos. Para ter comportamento agressivo eles são vítimas de torturas dentro e fora da arena", disse Sônia Fonseca, presidente do Fórum de Proteção Animal. Ela informou ainda que nos períodos de treinamento para as apresentações os animais são submetidos a horas de intenso treinamento e muitos animais não resistem a essa rotina.
"Todo ser civilizado não admite o sofrimento de um ser mais fraco. Nossa luta é contra abusos e maldades contra os animais. Estamos em um estágio evolutivo onde não existe mais lugar para esse tipo de coisa", concluiu a bióloga.

Subjugação 

De acordo com a professora da USP Irvênia Prada, toda atividade resultante de bem-estar é centrada no ser humano, uma ilustração do modelo cultural de subjugação que temos em relação aos mais fracos. "A postura do ser humano de se mostrar exaltado em relação ao subjugo dos animais está em várias práticas consideradas esportivas."

Para a docente, o argumento de que tais atividades fazem parte da tradição e da cultura popular são inválidos. "A prática do rodeio é agravada com a assimilação de cultura importada. A infiltração do country na cultura brasileira é um desrespeito à soberania nacional", desabafou a professora e pesquisadora. Irvênia Prada também destacou que diversas pesquisas apontam que os animais não são "coisas", mostrando que eles são inteligentes, pensam, sentem, têm memória e "são nossos companheiros na escala evolutiva".

"Contrariando o que muitas pessoas pensam, os defensores dos animais não são pessoas menos esclarecidas. No meu caso, minha função não é inferior à de outros promotores. Neste momento, estou em pleno exercício das minhas funções", enfatizou Vânia Tuglio, do Ministério Público.
A promotora apresentou um vídeo mostrando as agressões e os constantes maus-tratos dos animais que participam dos rodeios. Vânia Tuglio lamenta que os apoiadores dos rodeios se utilizem de subterfúgio constitucional alegando que os peões são atletas. "Temos que nos unir. Esse é um grupo forte."

Projetos 

Autor de vários projetos relacionados à defesa dos animais, o deputado Feliciano Filho apresentou dois projetos considerados polêmicos: o 825/2011, que estabelece normas e diretrizes a serem seguidas nas festas de peão e rodeios no Estado, sem prejuízo de proibições e sanções previstas em outros dispositivos legais: municipal, estadual ou federal e o 992/2011, que proíbe a utilização e o sacrifício de animais em rituais religiosos no Estado.

O parlamentar informou que vem recebendo ameaças por conta do PL 992/2011. "Conversei com os representantes religiosos e publiquei em meu site uma carta aberta sobre o assunto. Sou favorável à preservação e ao incentivo às tradições e manifestações culturais, bem como ao exercício dos cultos e liturgias das religiões de matriz africana, contudo, não podemos permitir que animais indefesos sofram esta crueldade."

O parlamentar pediu que os ambientalistas entrem em contato com os demais deputados, via e-mail ou redes sociais, pedindo a aprovação do PL 825/2011. Tanto a lista de e-mails dos parlamentares, como a íntegra dos projetos mencionados podem ser acessados no portal da Assembleia (www.al.sp.gov.br).

Fonte: Assembleia Legislativa
Nota

Compareceram no local cerca de dez representantes dos rodeios, no máximo, enquanto o número de defnsores foi superior a cento e oitenta.
De imediato eles causaram tumulto por serem os primeiros a palestrar, queriam ser os últimos, em seguida o deputado Feliciano, tentando manter o evento democrático e baseado no respeito mutuo, aceitou que fossem os últimos a falar, mesmo assim eles se retiraram.

O evento foi organizado em Agosto e desde essa data, quando o presidente do CNAR foi convidado, eles sabiam que teriam 40 minutos para falar, e sabiam também quem seriam os outros três palestrantes.

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