quarta-feira, 30 de novembro de 2011

De grão em grão a luta pelos animais vai melhorando: Após audiência pública, São Paulo inicia inclusão dos animais nos planos de emergência da cidade


São Paulo vai incluir os animais no Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) -Chuvas de Verão 2011-2012 da cidade. A notícia foi dada pelo coordenador de Ações Preventivas e Recuperativas da Defesa Civil de São Paulo, Ronaldo Malheiros Figueira, durante uma audiência pública no último dia 26 de outubro, na Câmara Municipal de São Paulo. 
O Coordenador da Defesa Civil de São Paulo Ronaldo Malheiros anuncia inclusão dos animais nos Planos de EmergênciaO Coordenador da Defesa Civil de São Paulo Ronaldo Malheiros anuncia inclusão dos animais nos Planos de Emergência
© Regina Macedo
O encontro, promovido pelo vereador Roberto Tripoli, reuniu autoridades, associações de Medicina Veterinária, conselhos de classe, representantes de órgãos públicos e ONGs para debater a inclusão dos animais em planos de emergência na cidade de São Paulo. O evento contou ainda com a presença da WSPA, que contribuiu com sua longa experiência em intervenções bem-sucedidas em Gerenciamento de Desastres em enchentes, desabamentos, furacões e tsunamis em vários países do mundo.
“A inclusão dos animais vai acontecer já com o PPDC em andamento, em plena época das chuvas de verão, mas com o tempo as ações envolvendo a vida animal deverão ser aprimoradas com cursos de capacitação”, afirmou Malheiros.

Consequências de um desastre podem vir em longo prazo

O coordenador disse ainda que pretende agregar as ONGs e a Defesa Civil e realizar um trabalho interno com vários organismos para decidir como essa participação se dará em relação aos animais. Malheiros frisou que alguns órgãos já participantes da Defesa Civil, como o CCZ, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e a Guarda Civil Metropolitana atuam com animais e poderão ter seus treinamentos intensificados para questões envolvendo prevenção e socorro nos desastres.
A representante da WSPA no evento, Dra. Rosangela Ribeiro, Gerente de Programas Veterinários da WSPA Brasil, afirmou em sua palestra que é preciso considerar não apenas o vínculo afetivo dos humanos com os animais, mas também a relação dedependência econômica das comunidades com seus cavalos, galinhas e vacas. A Gerente - que participou diretamente das ações da WSPA após as fortes enchentes e deslizamentos que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro este ano – destacou toda a complexidade do socorro a animais em situações de desastres e a necessidade de a população e o poder público estarem preparados para incluí-los em seus planos preventivos. 

“A identificação dos animais - seja com coleira ou microchipagem - num plano de evacuação é muito importante. As pessoas não podem, por exemplo, deixar animais amarrados nas casas, pensando que assim estão protegendo-os e também resguardando seus bens. Eles vão morrer em uma situação de desastre. Um animal solto e identificado tem maior chance de se salvar, se ele não puder ser levado imediatamente junto com a família”, explicou Rosangela. Ela ressaltou também que os desastres podem trazer outras consequências sérias em longo prazo. “Em inundações, por exemplo, muitos animais podem sofrer de dermatites úmidas e pneumonias. Isso sem falar nas zoonoses, doenças que afetam tanto homens como animais, como a leptospirose”, lembrou Rosângela. 

Preparo é essencial

O vereador Roberto Tripoli durante abertura da Audiência Pública
A Dra. Rosângela destacou ainda a importância de se preparar centros de apoio ligados à universidades de Medicina Veterinária, organizar a ajuda de estudantes, voluntários, identificar possíveis lares transitórios, planejar a montagem de abrigos provisórios, e um planejar criterioso programa de informações e de como se dará a comunicação entre todos os envolvidos. 

“Treinamento e regras são cruciais. Não podemos ter voluntários que podem causar mais problemas ainda, colocando sua própria vida em risco e a vida dos outros. Todos devem que seguir regras para que o trabalho seja ordenado e proveitoso e que mais vidas animais sejam salvas”, explicou Rosangela. 

A Gerente frisou também que é preciso planejamento financeiro, com verbas disponíveis para as ações preconizadas, montantes necessários ainda que haja doações, pois os órgãos oficiais precisam estar preparados com equipamentos, insumos (medicamentos e vacinas, por exemplo), transporte e outros detalhes que envolvem gastos específicos.
wspabrasil.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão