segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Por que baratas estão ficando cada vez maiores?


Olhando para o passado, você percebe que muitos insetos são pequenos em comparação com seus ancestrais. Mas todo mundo que já passou por uma infestação de baratas sabe: as maiores que existem estão vivas hoje.
E os cientistas sempre se perguntaram por quê. Muitos insetos crescem quando o ar ao seu redor é mais rico em oxigênio. Isso porque eles respiram através da pele, usando uma série de tubos traqueais. Quando os níveis de oxigênio aumentam, os tubos podem se estreitar, mas ainda fornecem oxigênio o suficiente para dar aos insetos bastante potência.
A concentração de oxigênio na Terra tem variado ao longo da história, da mesma forma que o tamanho de muitos insetos. Algumas libélulas fossilizadas têm envergaduras de até 71,1 centímetros. Hoje, os níveis mais baixos de oxigênio garantem que elas não fiquem tão grandes porque os seus tubos traqueais teriam que se tornar insustentavelmente grandes a fim de fornecer oxigênio suficiente.
Então porque o contrário aconteceu com as baratas? Por que elas são maiores agora? Um novo estudo constatou que elas não têm um impulso de crescimento a partir da grande quantidade de oxigênio de ambientes como aqueles encontrados milhões de anos atrás. Em vez disso, as baratas conseguem oxigênio extra tirando-o de seus órgãos respiratórios e redirecionando sua energia para outros tecidos vitais.
O interesse principal dos pesquisadores era definir como os níveis de oxigênio teriam influenciado a evolução dos insetos. Para isso, eles estudaram baratas, libélulas, gafanhotos, larvas de farinha, besouros e outros insetos sob diferentes níveis de oxigênio, que variavam de 12% do ar (os mais baixos níveis de oxigênio na Terra) a 40% (um pouco mais do que os níveis mais altos de oxigênio registrados). Atualmente, o ar que respiramos é cerca de 21% de oxigênio.
A maioria dos insetos cresceu mais rapidamente nas percentagens mais elevadas de oxigênio, incluindo as libélulas, que tinham de ser diariamente alimentadas à mão para sobreviver. Mas as baratas foram os diferentes. Elas não cresceram mais, e levaram duas vezes mais tempo para se desenvolver à idade adulta.
Assim, os pesquisadores perceberam que os tubos eram menores nas baratas quando o oxigênio era abundante. Isso sugere que, ao contrário de outros insetos, as baratas desviam seus recursos em torno de resposta aos níveis de oxigênio. Ao diminuir o crescimento dos tubos traqueais, as baratas são capazes de reservar energia para outros tecidos envolvidos com processos como a digestão e a reprodução.
Como um próximo passo, os pesquisadores querem examinar os tubos traqueais de insetos fossilizados para determinar se o seu tamanho revela os níveis de oxigênio no passado. Tem havido uma série de hipóteses sobre o impacto do oxigênio na evolução dos animais, mas poucos estudos as têm testado, que é o que os cientistas desejam fazer. [LiveScience]

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