segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Conheça o trabalho da encantadora de tubarões


A mergulhadora italiana Cristina Zenato sente prazer em estar rodeada por dezenas de tubarões no fundo do mar e até faz os bichos "dormirem" usando a palma da mão. O que essa mulher vem fazendo pode mudar a imagem que os humanos têm desse que é o mais famoso predador dos mares. Máquina de matar? Agressivo por natureza? Talvez seja um erro pensar assim.

Cristina mora há 20 anos em um pedaço de terra cercado de água cristalina por todos os lados, as Bahamas, um conjunto de ilhas que fica entre Cuba e a Flórida (no sul dos EUA).
Antiga colônia da Inglaterra, o conjunto de ilhas caribenhas foi usado como destino de ex-escravos africanos há 200 anos, quando a escravatura foi abolida no Reino Unido. Só nos anos 1970 as Bahamas conquistaram sua independência. Hoje, se mantêm graças ao turismo. Com tanta beleza e tamanho sossego, muita gente vem de fora e não quer mais sair de lá. Foi o caso de Cristina.

De manhãzinha, ela sai de casa para o trabalho, sob o comando de uma equipe de mergulhadores - todos homens.
- Eu venho sendo chamada de encantadora de tubarões. Uma vez, Richard Ellis, um escritor, me chamou de "a mulher que dança com os tubarões. Eu gostei!
Ela diz ainda que adora se sentir rodeada por esses animais.

Quando desce ao fundo do mar, a equipe usa roupas feitas de malhas de aço e um punhado de sardinhas. Cristina avisa que não se deve fazer nenhum movimento brusco. Além disso, é preciso manter os braços juntos ao corpo. É que o tubarão pode achar que a mão é um peixe e abocanhá-la. Antes de alimentar os bichos, ela faz um mergulho de reconhecimento. Depois, volta para dar comida aos tubarões.
- Na verdade, é muito seguro.
A mergulhadora desce com um cilindro cheio de sardinhas, e os tubarões parecem saber que é chegada a hora do almoço. Então, fica de joelhos na areia, quando um pequeno tubarão se aproxima, para e se mantém absolutamente imóvel. Ela acaricia o focinho do animal, a pouco centímetros da boca dele. O bicho nem se mexe.

O segredo é que, na parte do focinho tocada pela italiana, existem pequenos poros - chamados ampolas de Lorenzini -, que são receptadores ultrassensíveis. Essa parte do corpo dos tubarões é responsável por reconhecer diferenças de temperatura e pressão da água, capaz também de detectar campos elétricos gerados por outros animais.
Cristina explica que alguns poucos trabalhos científicos chamam esse tipo de comportamento de "imobilidade tônica". O que acontece é uma reação dos animais normalmente ligada a situações de estresse ou ameaça.

Já a italiana  não vê ameaça nem estresse. Além dos animais das Bahamas, ela "pôs para dormir"  tubarões das ilhas Fiji, no Pacífico, e de outras regiões do Caribe.
- Você tem de entender o comportamento do animal, conhecer o ambiente dele, porque cada espécie reage de um jeito.

Cerca de um terço das espécies de tubarão do mundo está ameaçada de extinção.

fonte: R7

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