terça-feira, 10 de janeiro de 2012

TRUCULÊNCIA POLICIAL - ABUSO DE PODER:Policiais militares invadem casa de família, matam cachorro e mandam menino de 10 anos limpar sangue



Uma criança de apenas 10 anos passou por momentos de pânico na manhã desta segunda-feira (9), quando seis policiais militares armados invadiram a casa onde ele mora, no bairro Pedregal, e mataram seu cachorro. T.G. contou, durante entrevista ao Olhar Direto, que os PM’s, ao saírem, ainda o mandaram limpar o sangue do animal.

“Eles (policiais) entraram sem permissão. Eu pedi para esperarem que prenderia o cachorro, mas não esperaram”, contou o garoto, ao explicar que o cão avançou nos policiais e, por isso, acabou sendo morto por eles.

T.G. explicou que estava na casa de uma vizinha e foi na casa dele buscar uma roupa. O garoto mora com a mãe, um irmão e os avós, mas não havia ninguém, além dele, na residência. Os policiais invadiram a casa afirmando que procuravam pelo tio do menor, o pedreiro José Roberto.

Depois de matarem o animal, os policiais seguiram até um cômodo nos fundos da casa e efetuaram mais três disparos de arma de fogo para arrebentar o cadeado, que trancava a porta. Eles entraram no quarto, onde José Roberto morava, e vasculharam tudo a procura de um notebook, supostamente produto de furto.

A irmã do pedreiro e mãe do menor, Marilene Evangelista, esclareceu ao Olhar Direto que o irmão não mora mais com a família há pelo menos seis meses, pois se casou e mudou para a região do Coxipó. Ela reforça ainda que o irmão trabalha há quase 20 anos em uma empresa e não possui nenhuma passagem pela polícia por qualquer crime.

Conforme o relato da família, o pedreiro é conhecido na região como ‘Pretinho’ e os policiais chegaram ao local procurando o rapaz apenas pelo apelido, o que reforça a hipótese de que o tenham confundido com algum assaltante, que seja conhecido pelo mesmo apelido.

Marilene disse que foi até o Cisc (Centro Integrado de Segurança e Cidadania) do Planalto para registrar o boletim de ocorrência e o delegado plantonista a orientou a procurar a Corregedoria da Polícia Militar. “Quando fui à corregedoria o rapaz que me atendeu disse que ‘se’ identificar os policiais, ai vão investigar. E se esse tiro pega na criança?”, indagou.

Como o menor estava só em casa quando os policiais chegaram ele não conseguiu identificar os nomes. Soube explicar apenas que eram duas viaturas da PM com seis policiais e um pálio prata com um homem vestido a paisana. Em um dos carros da polícia ainda haviam dois rapazes presos. A versão foi confirmada por uma vizinha que mora em frente ao local.

As cápsulas dos tiros efetuados pelos policiais foram recolhidas pela avó do garoto. Ao irem embora, eles levaram o animal morto. “Eles me mandaram limpar o sangue e ainda disseram que depois viriam me dar outro cachorro”, finalizou o menino.

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