domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cratera de vulcão inativo na Tanzânia se transforma em reduto de animais

Há três milhões de anos a área formava um vulcão, com cinco mil metros de altura, quase do tamanho do Kilimanjaro. As rochas vulcânicas ao redor da planície formam um cercado natural, onde a vida selvagem fica protegida.

 

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Em uma rota marcada pelas transformações do planeta, chegamos à região da maior cratera de um vulcão inativo do mundo: Ngorongoro, o mosaico da vida.

Segundo os cientistas, há três milhões de anos toda a área formava um vulcão, com cinco mil metros de altura, quase do tamanho do Kilimanjaro. Ele foi destruído pela própria força da natureza durante uma erupção, e hoje só resta a cratera. As rochas vulcânicas ao redor da planície formam um cercado natural, onde a vida selvagem fica protegida. São mais de 30 mil animais, uma Arca de Noé esculpida em solo vulcânico.

Descemos 600 metros até o fundo da cratera, com placas de sal, savanas, pântanos, fartura de alimento e de vida. Só búfalos são três mil. Os cenários são povoados pelas aves mais elegantes do lugar, como os flamingos. Por falar em aves, o grou coroado é exótico e sagrado para algumas tribos.

Em Ngorongoro, as hienas são muitas e precisam tomar cuidado para não perturbar o sono do rei ou da família real.

Toda a diversidade de Ngorongoro abre passagem para os súditos da coroa. Duas leoas querem matar a fome, delas e a dos filhotes, e já escolheram o cardápio. A família listrada percebe o perigo e se afasta. De barriga vazia, o melhor é se proteger do calor.

Nos caminhos da cratera, buscamos a maior vítima da caça predatória: o rinoceronte negro. A ameaça de extinção torna raro um casal de rinocerontes negros. A retirada do chifre para medicina oriental dizimou a população e deixou dúvidas sobre o futuro.

Dentro da reserva de Ngorongoro, estão os portões para o parque mais famoso da Tanzânia. O Serengueti, na língua do povo Masai, significa “a planície sem fim”. São 14 mil quilômetros quadrados de área na fronteira com o Parque Masai Mara no Quênia. É um paraíso, não só pelos cenários, mas pela quantidade de vida selvagem.

Em um típico dia de verão castigando a savana do Serengueti, o calor suga as forças do guepardo. Nem o rei da selva resiste. Dois machos dividem espaço pelo refresco de uma sombra.

No mato seco, um parente da nossa jaguatirica segue errante. É o serval, com 60 centímetros de tamanho e cores perfeitas para camuflagem.

Mas o sol forte interrompe a caçada. O calor altera os ânimos. Búfalos e elefantes estão em pé de guerra. Mesmo animais da mesma espécie se estranham.

Para contemplar as grandes imagens da natureza, é preciso insistência e sorte. Um dos animais mais difíceis de serem observados é o leopardo, porque tem hábitos noturnos. Mas, no Parque Serengueti, nós conseguimos chegar bem pertinho de uma família.

Primeiro, quem se exibe, é a fêmea. E logo o instinto de mãe dá o alerta. É hora de dar uma espiada nos pequenos, com aproximadamente três meses de vida. O refúgio no tronco derrubado não é por acaso. Os filhotes são alvo fácil para hienas famintas ou leões, que matam para evitar a concorrência na caça. Mas nada parece atrapalhar os momentos em família. A mãe cria sozinha os filhotes. Ensina a caçar e faz companhia até os dois anos de idade, quando o bicho parte para a vida solitária.

Na natureza, como entre os homens, há sempre alguém para transmitir os ensinamentos. O principal é seguir os instintos e, passo a passo, conquistar a sobrevivência.

G1

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