terça-feira, 6 de março de 2012

Cinco esclarecimentos sobre agrotóxicos, alimentos orgânicos e agroecológicos Cinco esclarecimentos sobre agrotóxicos, alimentos orgânicos e agroecológicos Cinco esclarecimentos sobre agrotóxicos, alimentos orgânicos e agroecológicos



De Associação Ipê para defesa animal - yahoo
  
Por Campanha Permanente contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida*
Na primeira semana de 2012, veículos da mídia de grande circulação
divulgaram informações parciais e incorretas sobre o uso de pesticidas nos
alimentos.
Nós, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, contestamos
essas informações e, com base no conhecimento de diversos cientistas,
agrônomos, produtores e distribuidores de alimentos orgânicos, aproveitamos
essa oportunidade para dialogar com a sociedade e apresentar nossos
argumentos a favor dos alimentos sem venenos.
1. O nome correto é agrotóxico ou pesticida e não “defensivo agrícola"Como
afirma a engenheira agrônoma Flávia Londres: “A própria legislação sobre a
matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos.” E o engenheiro agrônomo
Eduardo Ribas Amaral complementa: “Mundialmente o termo utilizado é
‘pesticida’. Não conheço outro país que adote o termo ‘defensivo agrícola”.
2. O nível de resíduos químicos contido nos alimentos comercializados no
Brasil é muito preocupante e requer providências imediatas devido aos
sérios impactos que gera na saúde da populaçãoVoltamos a palavra à
engenheira agrônoma Flavia Londres: “A revista se propõe a tranquilizar a
população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação
da comida que põe à mesa. Os entrevistados na matéria são conhecidos
defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto
a indústrias do ramo. Os limites ‘aceitáveis’ no Brasil são em geral
superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não dizer que aqui ainda
se usam produtos já proibidos em quase todo o mundo”.
O engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral nos traz outra informação
igualmente importante: “A matéria induz o leitor a acreditar que não há uso
indiscriminado de agrotóxicos no país, quando a realidade é de um grande
descontrole na aplicação desses produtos, fato indicado pelo censo do IBGE
de 2006 e normalmente constatado a campo por técnicos da extensão rural e
por fiscais responsáveis pelo controle do comércio de agrotóxicos”.
3. Agrotóxicos fazem muito mal à saúde e há estudos científicos importantes
que demonstram esse fatoCom a palavra a Profª Dra. Raquel Rigotto, da
faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará: “No Brasil, há mais
de mil produtos comerciais de agrotóxicos diferentes, que são elaborados a
partir de 450 ingredientes ativos, aproximadamente. Os agrotóxicos têm dois
grandes grupos de impactos sobre a saúde. O primeiro é o das intoxicações
agudas, aquelas que acontecem logo após a exposição ao agrotóxico, de
período curto, mas de concentração elevada. O segundo grande grupo de
impactos dos agrotóxicos sobre a saúde é o dos chamados efeitos crônicos,
que são muito ampliados. Temos o que se chama de interferentes endócrinos,
que é o fato de alguns agrotóxicos conseguirem se comportar como se fossem
o hormônio feminino ou masculino dentro do nosso corpo; enganam os
receptores das células para que aceitem uma mensagem deles. Com isso, se
desencadeia uma série de alterações – inclusive má formação congênita; e
hoje está provado que p ode ter a ver com esses interferentes endócrinos.
Pode ter a ver com os cânceres de tireóide, pois implica no metabolismo. E
cada vez temos visto mais câncer de tireóide em jovens. Pode ter a ver com
câncer de mama. E também leucemias, nos linfomas. Tem alguns agrotóxicos
que já são comprovadamente carcinogênicos.Também existem problemas
hepáticos relacionados aos agrotóxicos. A maioria deles é metabolizada no
fígado, que é como o laboratório químico do nosso corpo. E há também um
grupo importante de alterações neurocomportamentais relacionadas aos
agrotóxicos, que vão desde a hiperatividade em crianças até o suicídio.”
De acordo com o relatório final aprovado na subcomissão da Câmara dos
Deputados que analisa o impacto dos agrotóxicos no país (criada no âmbito
da Comissão de Seguridade Social e Saúde), há realmente uma “forte
correlação” entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses
produtos. O trabalho aponta situações reais observadas em cidades
brasileiras. Em Unaí (MG), por exemplo, cidade com alta concentração do
agronegócio, há ocorrências de 1.260 novos casos da doença por ano para
cada 100 mil habitantes, quando a incidência média mundial encontra-se em
600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período. Como afirma o relator,
deputado Padre João (PT-MG), “Diversos estudos científicos indicam estreita
associação entre a exposição a agrotóxicos e o surgimento de diferentes
tipos de tumores malignos. Eu concluo o relatório não tendo dúvida nenhuma
do nexo causal do agrotóxico com uma série de doenças, inclusive o câncer”,
suste nta. Fonte: Globo Rural On-line, 30/11/2011.
4. Não é possível eliminar os agrotóxicos lavando ou descascando os
alimentos já que eles se infiltram no interior da planta e na polpa dos
alimentosA única maneira de ficar livre dos agrotóxicos é consumir
alimentos orgânicos e agroecológicos. Não adianta lavar os alimentos
contaminados com agrotóxicos com água e sabão ou mergulhá-los em solução de
água sanitária ou, mesmo, cozinhá-los. Os resíduos do veneno continuarão
presentes e serão ingeridos durante as refeições. Além disso é importante
lembrar que o uso exagerado de agrotóxicos também faz com que estes
resíduos estejam presentes nos alimentos já industrializados, portanto, a
melhor forma de não consumir alimentos contaminados com agrotóxicos, é
eliminar a sua utilização
5.Os orgânicos não apresentam riscos maiores de intoxicação por bactérias,
como a salmonela e a Escherichia coliSegundo a engenheira agrônoma Flávia
Londres: “Ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos– que
também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos – podem ser
eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento”.
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida recomenda o
documentário “O Veneno está na Mesa”, de Silvio Tendler, totalmente
disponível no site da campanha (www.contraosagrotoxicos.org) bem como todos
os materiais disponíveis na página.
Participe você também nos diferentes comitês da campanha organizados nos
diversos estados do Brasil, para maiores contatos envie e-mail para
contraosagrotoxicos@gmail.com<http://mce_host/compose?to=contraosagrotoxicos%40gmail.com>
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*www.contraosagrotoxicos.org
http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6715&Itemid=1

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