terça-feira, 13 de março de 2012

Morre criança infectada por raiva humana no Cariri


Doença quase 100% fatal foi diagnosticada no último dia 7 pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). É o primeiro caso registrado no Ceará em 2012. Oito saguis foram recolhidos próximo à casa do menino 
Secretaria de Saúde alerta para os riscos de criar animal silvestre, como o sagui, como se fosse doméstico











Morreu ontem em Barbalha, no Cariri, a 575 km de Fortaleza. o menino de nove anos diagnosticado com raiva humana. Desde o último dia 29 de fevereiro a criança estava internada no Hospital São Vicente de 

Vicente de Paulo, depois de ter sido transferido de Brejo Santo. O menino era natural de Jati, município do extremo sul do Estado. Trata-se do primeiro caso de raiva humana registrado no Ceará em 2012. O último caso havia ocorrido em Ipu, em 2010.

De acordo com Antonio Ernane Freitas, diretor do hospital, a criança teve uma parada cardiorrespiratória por volta das 4 horas da manhã e foi reanimado pela equipe médica. Mas, em outra parada, veio a óbito por volta das 5h40min.

Para Ernane Freitas, a demora em se descobrir a doença na criança, transmitida pela mordida de um sagui – conhecido como soim –, pode tê-la levado ao estado critico e à morte. Ele alerta para que as famílias, principalmente na zona rural, não tenham animais silvestres dentro de casa como se fossem animais domésticos.

O hospital chegou a contatar no Japão o médico Rodney E. Willoughby um dos responsáveis pela elaboração do Protocolo de Recife, que deu várias orientações à equipe do São Vicente. “Sabemos que na maioria dos casos se dá um óbito, mas tentamos de tudo. Acredito que a equipe médica foi atenciosa, atuou com competência e, melhor ainda, sempre acompanhada por especialistas”, afirma.
 
Animais recolhidos

De acordo com o coordenador de promoção e proteção à saúde do Governo do Estado, Manoel Fonsêca, técnicos foram enviados à região onde o menino foi mordido pelo sagui. Segundo o médico, familiares do garoto foram vacinados e oito saguis e um macaco-prego foram recolhidos. Os animais foram entregues ao Ibama, em Fortaleza, para colhimento de material genético e verificação de infecção pelo vírus da raiva.

“Orientamos a população sobre não ter contato com soim. Fizemos levantamento para saber se alguém tem para ser solto ou entregar ao Ibama”, lembra Fonsêca. Segundo ele, não foram encontrados animais mortos na área onde ocorreu a mordida, o que poderia indicar a propagação do vírus.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

A raiva humana é transmitida ao homem pelo vírus presente na saliva e secreção de animal infectado, principalmente quando há mordida. O vírus ataca o sistema nervoso central, especificamente o encéfalo.

Saiba Mais

Como se prevenir da raiva humana
Vacine cães e gatos durante campanhas anuais (geralmente em agosto). Em relação a animais silvestres, os cuidados devem ser tomados principalmente com saguis (conhecidos como soins), morcegos, raposas e guaxinins. Não alimente, não capture, não conviva nem leve soins para sua casa. As mordidas acontecem geralmente nos dedos, no momento em que eles estão sendo alimentados. Em caso de mordida desses animais, mesmo que seja um soim domesticado, procure o médico. Os soins podem carregar o vírus por um ano.

O que fazer em caso de mordida de cães e gatos
Lave o local com água e sabão. Além disso, é preciso observar o estado de saúde do animal. A alteração no comportamento sugere que o animal pode estar acometido de raiva. Outros sintomas são salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares e paralisia. Mesmo estando sadio, é importante que ele seja mantido em observação por 10 dias. Se nesse período o animal permanecer vivo e saudável, não há riscos de transmissão. Em caso contrário, procure orientação médica. 

Outras informações
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, comunique o caso às autoridades de saúde. A raiva humana tem letalidade de quase 100%. Houve registro de cura em apenas dois pacientes que não receberam a vacina: um caso em 2004, nos EUA, e outro em 2008, em Pernambuco.

FONTE: Normas Técnicas de Profilaxia de Raiva Humana (Ministério da Saúde, 2011)

.opovo. 

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