quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tatuapé (SP) deve ter 1º hospital público de cães e gatos do País

Exemplo a ser seguido em todo o Brasil






             Especialistas comemoram possibilidade de oferecer tratamento veterinário gratuito a animais de famílias que não poderiam pagar
O Tatuapé, na zona leste de São Paulo, vai ganhar o primeiro hospital público para cães e gatos do Brasil. O projeto faz parte das ações da Coordenadoria Especial de Proteção a Animais Domésticos, criada nesta quarta-feira, 23, pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).
O projeto, proposto pelo vereador Roberto Trípoli (PV), será formalizado na semana que vem, quando a Prefeitura assinará contrato com a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa-SP). A entidade será responsável pela gestão do hospital.
“É uma ação inédita no País. Vamos quebrar paradigmas e espero que isso se estenda a outras cidades”, afirma o conselheiro da Anclivepa-SP, Wilson Grassi Júnior. Além de oferecer tratamento a animais de famílias carentes, o hospital servirá como escola para alunos de cursos de especialização veterinária ministrados pela associação.
As instalações ficarão em um prédio que pertence à Anclivepa-SP, onde a associação já tinha planos de criar um hospital. “A Prefeitura nos procurou para que uníssemos nossos projetos. Assim, poderemos potencializar nossas ações”, disse Júnior. Segundo ele, o hospital deve entrar em funcionamento 30 dias depois de assinado o contrato.
Para o presidente da Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal (Arca-Brasil), Marco Ciampi, a iniciativa tem uma importância social. “Foi dado um passo além na proteção aos animais. Teremos agora a possibilidade de oferecer tratamento veterinário para camadas da população que não teriam acesso de outras maneiras”, afirmou. O ativista acredita que o hospital poderá colaborar inclusive para que o número de animais abandonados na capital diminua. A Prefeitura calcula que a população total de cães e gatos em São Paulo seja de 3 milhões.
Zoonoses. Com a criação da Coordenadoria, o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ) não será mais o único local de atendimento, proteção e encaminhamento de animais. Marco Ciampi vê com bons olhos a perda de algumas funções do local. “As políticas de prevenção emanavam de um único centro, o que complicava a logística e centralizava a atuação. O CCZ ganha, pois deixa de ser um órgão que apaga incêndios.” Apesar disso, o ativista ressalta que o número de centros ainda é insuficiente. Segundo ele, o ideal seria ter 12 locais do tipo.
Parte do orçamento destinado à coordenadoria, de R$10 milhões, será usado para a construção de um Centro de Adoção de Animais na sede do CCZ, em Santana, zona norte. Segundo Grassi Júnior, a verba destinada ao hospital neste ano será suficiente para comprar equipamentos e garantir o funcionamento do hospital por um ano.
Na assinatura do termo de compromisso nesta quarta-feira, 23, o prefeito e o secretário municipal de Saúde, Januário Montone, afirmaram que a criação do hospital e do centro darão às políticas de proteção mais independência e agilidade.
Projeto de Lei estadual
Em 2006, por sugestão da jornalista Silvana Andrade, fundadora da ANDA, o então deputado estadual Ítalo Cardoso (PT) apresentou o projeto de lei 337/06 que autoriza o o Governo do Estado de São Paulo a criar um hospital veterinário público, inclusive com farmácia veterinária popular destinada a fornecer remédios a preços de custo para tratamento de animais.
Além de outras atribuições a serem previstas em decreto, o Centro de Saúde do Animal tem por finalidade:
I – Prestar atendimento gratuito a animais de pessoas comprovadamente de baixa renda, compreendendo, além de outros serviços:
a) Consultas Veterinárias;
b) Vacinas;
c) Exames veterinários;
d) Internação;
e) Unidade de tratamento Intensivo;
f) Banco de sangue;
g) Tratamentos alternativos, tais como, homeopatia, acupuntura, etc.;
h) Identificação;
i) Castração;
j) Educação Humanitária, tais como promoção de seminários, workshops e palestras;
É preciso que a sociedade se mobilize e exija que o PL que foi aprovado por todas as comissões da Assembléia Legislativa de SP, entre na pauta de votação e seja aprovado. Todas as pessoas, independente da sua condição social devem ter o direito de dar tratamento médico digno e de qualidadeaos seus animais. O hospital veterinário público é também uma questão de cidadania.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que cerca de 60% dos domicílios têm algum animal, sendo que em 44% deles há pelo menos um cachorro e em 16% pelo menos um gato. Conforme a mesma fonte, 63% das famílias das classes A e B possuem animais de companhia. Já na classe C, este número é de 64%, e na classe D este percentual é de 55%.
Estes números indicam a necessidade de se implantarem políticas públicas que atendam aos interesses das populações de baixa renda que tutelam animais domésticos e que não possuem condições financeiras de arcar com os custos de clínicas veterinárias.
Para saber mais clique aqui.
Com informações do Estadão                                                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão