quinta-feira, 14 de junho de 2012

IPIAÚ TEM UM CEMITÉRIO DE ANIMAIS


Por José Américo

Talvez seja Ipiaú a única cidade da Bahia a contar com um cemitério de animais. O responsável por isso é Rafael Souza Santos, um jovem de 19 anos que teve a original ideia a partir do momento em que “Priscila”, a sua cadelinha de estimação, morreu. Ele a enterrou no local onde existia um depósito clandestino de lixo. Foi um ato de amor, assim podemos considerar.

A partir de então Rafael começou a zelar pelo espaço e ali sepultar outros cadáveres de animais que ia encontrando pelas nas ruas da cidade. A vizinhança gostou da iniciativa e passou a recorrer aos serviços do inédito coveiro .Com sete anos de existência o cemitério já comporta os restos mortais de dezenas de bichos e se mostra cada vez mais organizado.

Localizado no Loteamento Bom Jardim, periferia da cidade, o Cemitério de Animais ocupa uma área de aproximadamente oito metros quadrados, toda ela cercada e organizada. Até mesmo escritório tem no local.

As covas são sinalizadas com cruzes.Nelas estão carcaças de animais domésticos(cães e gatos principalmente) e silvestres , desde pássaros,coelhos e calangos, até cobras.

No tumulo mais suntuoso jaz Priscila, a cadelinha da raça piche que Rafael tanto amava.

Em reconhecimento aos serviços funerários prestados pelo rapaz, algumas pessoas chegam a lhe pagar R$ 10 reais por cada animal sepultado.

Rafael está consciente de que o trabalho que desenvolve é uma importante contribuição com a limpeza da cidade, mas também revela ser uma obrigação com seu orixá, Omulú, entidade que no sincretismo religioso representa São Roque, padroeiro de Ipiaú.

”Esse santo andava sempre acompanhado de um cachorro”,lembra o rapaz.

Rafael é frequentador habitual do candomblé do Pai Nado,cujo terreiro,por coicidencia, localiza-se em frente ao exótico cemitério de animais.

Rafael sonha em ampliar seu projeto, construir novo cemitério num local mais espaçoso e assim continuar colaborando com a limpeza publica de Ipiaú.

Apesar de toda dedicação aos restos mortais dos pequenos animais, Rafael adianta que quando morrer quer ser enterrado no cemitério dos humanos, porque cada coisa tem que está no seu lugar. ”Bicho no lugar de bicho, gente no lugar de gente”.

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