domingo, 15 de julho de 2012

Biólogos alertam sobre perigo na aproximação de animais silvestres nas praias


Foto: Reprodução/Jornal Dimensão
Um filhote de lobo-marinho preocupou as pessoas que passavam pelo rio Tramandaí recentemente. O animal estava há dois dias deitado na areia, pescadores o alimentaram e chamaram o CECLIMAR, órgão ligado ao Instituto de Biociência da Ufrgs, localizado às margens da lagoa, no município de Imbé. Os veterinários da organização foram até o lobo-marinho e instruíram as pessoas a manter distância de animais silvestres, mesmo quando parecem doentes.
O pescador Fontoura da Rosa conta que o animal, há cerca de duas semanas, nadava tranquilamente e divertia quem passava pela ponte que dividi os municípios de Tramandaí e Imbé. “De repente ele saiu da água e não voltou mais, já faz dois dias que ele só fica ai deitado na areia. Já ligamos diversas vezes para o CECLIMAR e eles não nos dão resposta, temos medo que o bichinho acabe morrendo”, explica Rosa. Segundo o biólogo do CECLIMAR, Maurício Tavares, um veterinário foi enviado ao local, marcou o lobo-marinho, coletou sangue e diagnosticou que o animal está bem, pesa 15 kg, no entanto, precisa descansar. Tavares explica que nessa época é comum que filhotes de aproximadamente um ano se afastem das colônias e venham parar na beira da praia. “Esses animais acompanham correntes marinhas da Argentina e Uruguai e estão indo para a região de Torres ou Rio Grande, o caminho é longo, por isso, é natural que eles parem dois ou três dias para repousar”, salienta.
O biólogo alerta que a aproximação entre homens e animais silvestres não é recomendada, pois no intuito de ajudar as pessoas acabam atrapalhando o processo de evolução da natureza. “Esses animais estão em processo de crescimento, eles precisam aprender a pescar sozinhos, precisam ‘saber se virar’. Se as pessoas começarem a alimentar o lobo-marinho ele vai desaprender a caçar e acabará morrendo de fome”, argumenta. Tavares explica que o contato mesmo de especialistas é o menor possível. “Nós só vamos interferir se o animal estiver sofrendo por danos causados pelo homem, se estiver enroscado em uma rede de pesca, ou coberto por óleo, se não, o melhor é deixar a natureza seguir seu curso”, afirma o biólogo, que completa, “se o animal morre em função de uma doença, ele está sendo alvo da seleção natural, ou seja, o mais apto sobrevive e se nós interferirmos nisso, podemos prejudicar várias espécies”, garante.
Segundo Tavares, o melhor a fazer ao avistar animais marinhos nas praias é ligar para os órgãos responsáveis e manter distância.
Foto: Reprodução/Jornal Dimensão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão