quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cadela atropelada por trem é resgatada, mas não resiste aos ferimentos

Por Jessica Pacheco
Foto: Cortesia/Luceli Brito

A cadela atropelada pelo trem nas imediações do bairro do Bebedouro, em Maceió, na última segunda-feira (9), teve que ser eutanasiada por conta da gravidade dos ferimentos. Após o impasse entre Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Maceió e o Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa Maceió), voluntários do Grupo Vida Animal de Maceió (GVAM) resgataram o animal, levaram ao veterinário e constataram a necessidade de realizar a eutanásia. Depois de mais de 24 horas de sofrimento, a cadela, que estava com o focinho totalmente desfigurado, teve seu sofrimento aliviado.
“Quando vimos o caso de perto ficamos pensando como é que não prestaram socorro a um caso como aquele, é um absurdo, pois não era caso de resgate, adoção ou de grandes gastos com ela, não existia mais salvação e sim lhe garantir apenas uma morte digna”, disse a coordenadora do GVAM, Luceli Mergulhão, indignada com a situação vivenciada.
A indignação da protetora animal do GVAM diz respeito ao impasse que aconteceu entre o CCZ de Maceió e o Neafa que não se responsabilizaram pelo caso mesmo após o pedido de ajuda do líder comunitário do Riacho do Silva, Ricardo Pereira, que havia recolhido o animal atropelado.
Segundo o líder comunitário, primeiro foi tentado o apoio do CCZ para realizar a eutanásia na cadela, mas o funcionário do local explicou que por conta de uma ação movida pela Neafa, o CCZ estava proibido de realizar a eutanásia nos animais, dessa forma, o líder entrou em contato com o Neafa e explicou o caso, mas, de acordo com ele, a funcionária alegou que a entidade não tinha carro para recolher animais de rua e, como Ricardo também não tem carro, a situação ficou por isso mesmo.
“Não sou a favor do CCZ, mas pra mudar algo temos que oferecer suporte para que a coisa melhore”, disse a coordenadora do GVAM, juntamente com o líder comunitário Ricardo Pereira. “É como diz o velho ditado popular, ‘quem não pode com a cruz, não coloca nas costas’”, completou Luceli.
Luceli Mergulhão, Mayara Esteves e Livia Maia, voluntária do GVAM, levaram o animal ao veterinária onde se constatou a necessidade da eutanásia (Foto: Cortesia/Luceli Brito)
As voluntárias do GVAM tomaram conhecimento deste caso através da imprensa que procurada por Pereira, indignado com a situação. Durante toda a terça-feira (11), a coordenadora do GVAM tentou o contato do líder comunitário, até que na noite do mesmo dia, conseguiu ir até a cada de Ricardo e recolheu a cadela, a encaminhando diretamente para a Clínica Animais.Com. Atendida pela veterinário dr. Paulo Cesar, foi constatado a necessidade de realizar a eutanásia no animal e aliviar o seu sofrimento.
“Eu, a Livia [Maia] e a Mayara [Esteves] fomos até a casa do Ricardo e resgatamos a cadela por volta das 21h30. Era triste a situação dela. A cabeça do animal estava horrível, o focinho totalmente desfigurado. Ela tava sem comer a mais de 24 horas. Saímos com esperança e ao chegar ao local tivemos um tremendo choque”, narrou indignada Luceli.
Segundo ela, até o veterinário, dr. Paulo Cesar, acostumado a presenciar casos graves, ficou comovido com a situação do animal.
“Ficamos triste, pois não teve um final feliz”, disse a voluntária do GVAM. “Mas estamos também mais aliviados em saber que ela não vai passar nem mais um dia naquele sofrimento”, lamentou. “Eu queria agradecer e parabenizar o líder comunitário Ricardo Pereira por ter dado voz a esse animal”, finalizou.
O GVAM é uma ONG animal formada por voluntários. Não contam com sede fixa e por isso não realizam resgates, mas sobretudo, tentam fazer valer o direito dos animais. O tratamento veterinário e eutanásia da cadela atropelada foram custeados com recursos próprios, pois também não contam com nenhuma ajuda financeira.

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