quinta-feira, 2 de agosto de 2012

França quer reverter decisão americana de não consumir foie gras


Desde o início do mês, o Estado americano da Califórnia proibiu a produção e a venda de foie gras, uma das especialidades mais tradicionais da França. A decisão irritou os agricultores franceses e levou o presidente François Hollande a dizer que vai tentar convencer os californianos a voltar atrás. A justificativa da medida, mais uma vez, é a técnica de produção do foie gras, obtida através da alimentação forçada de pato ou ganso durante 12 dias, em um processo considerado cruel por muitas associações de defesa dos animais. Por essa razão, outros países anglosaxões reduziram drasticamente a importação do produto.
Mas a realidade é que 90% do consumo mundial ocorre da própria França e a proibição americana não deve ter grandes consequências financeiras, de acordo com Philippe Baron, presidente da Federação Nacional de Produtores de Foie Gras. “As proibições praticamente não são prejudiciais sob o ponto de vista de trocas comerciais. Na realidade, desde 1999, quando foram adotadas várias taxas sobre alguns tipos de produtos, entre eles o foie gras e o queijo não pasteurizado, as empresas não têm mais um verdadeiro interesse econômico em exportar para a Califórnia ou mesmo para os Estados Unidos. Mas o maior prejuízo é moral. Nós não machucamos nem maltratamos os animais.”
Baron está muito mais preocupado com a imagem negativa do produto que a proibição californiana poderá provocar. Ele acha que essa medida pode influenciar outros países a agirem da mesma forma. “O que nós estamos fazendo é chamar uma delegação americana, através do consulado americano, para que eles venham aqui, na região de Gers. Vamos mostrar a eles como funciona. Vamos mostrá-los que não há nem tortura nem maus-tratos. Não queremos que haja prejuízo na imagem do produto”, disse.
Apesar da indignação provocada pela medida, a decisão do governo da Califórnia está em conformidade com as regras internacionais de comércio estabelecidas pela OMC, a Organização Mundial de Comércio. Evaldo Alves, professor de comércio exterior da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, explica como funcionam essas normas.
Fonte: rfi

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