sábado, 29 de setembro de 2012

Animais ajudam na diplomacia

A notícia de que o presidente da Rússia Vladimir Putin deu de presente um terrier negro, de raça russa,  ao seu homólogo venezuelano, Hugo Chavez, ultrapassou as fronteiras dos dois países.

Nas tradições de diversos povos, utilizar os animais na diplomacia, como presentes, é uma prática comum desde épocas imemoriais, um sinal de bom tom e de autêntico respeito por parte do visitante em relação ao anfitrião.
Por exemplo, no Leste, os governantes costumavam dar e ainda dão cavalos em sinal de amizade, cujo valor pode ultrapassar centenas de milhares de dólares. Provavelmente, neste campo, a China está à frente de todos, pois os seus mais famosos presentes vivos, as pandas, são raras e têm valor incalculável. No mundo inteiro existem apenas oito países em cujos zoos se pode admirar o gesto diplomático de boa vontade do Império Celeste. Aliás, nos últimos anos as pandas não são dadas mais de graça mas em troco de um milhão de dólares por ano e por um prazo que não seja superior a dez anos. Somente o governo é que tem a competência para resolver a quem será dado este animal único. Os chineses levam sempre de volta as pandas dadas de presente temporárioe nem sequer deixam as suas crias, nascidas durante esse período. A República Popular da China protege zelosamente o seu patrimônio nacional.
O que é que condiciona o surgimento desta diplomacia (a oferta de animais) e por que é que ela é praticada pelos governantes de diversos países? O cientista político Nikita Brusilovski analisa este tema.
"Esta tradição remonta a épocas muito antigas, quando as relações de amizade entre os Estados eram estabelecidos mediante a troca de animais. É uma recordação das relações diplomáticas da antiguidade, da época em que a diplomacia apenas despontava na história da humanidade. Esta tradição continuou sendo popular durante todo o século XX. Por exemplo, a melhoria das relações entre a União Soviética e os EUA se deu quando Khruschev ofereceu de presente à esposa do presidente Kennedy as crias de Belka e Strelka, - duas cadelas que tinham estado antes disso no espaço cósmico. Portanto, este modo de estabelecimento de relações era muito popular na história mundial e, - como vemos, - é popular também nos nossos dias.
O cientista político Pavel Sviatenkov acrescenta que, neste caso, importa, tal como antes, o gesto pessoal, o sinal de respeito e de boa vontade de uma pessoa a outra.
"Um presente diplomático deve ser ao mesmo tempo não muito caro mas original para que o beneficiado tenha vontade de conservá-lo durante toda a vida. Sob este ponto de vista, pode-se afirmar que os animais não são caros e ninguém pode acusar o beneficiado de corrupção . Além disso, surge a vontade de deixar este presente na família, especialmente se aí existem crianças pequenas. Ao mesmo tempo, um ser vivo é inofensivo na qualidade de portador de venenos de todos os tipos. Por isso, os animais são um bom presente".
Diana Voitenko, proprietária do clube zôo Dianika, assevera: as pessoas que dão ou recebem animais são mais humanas do que as que não toleram os nossos irmãos menores.
Sob este ponto de vista, o presidente Putin é o mais humano, pois é recordista quanto à troca de animais em forma de presentes. Por exemplo, em 2010 ele recebeu de presente do primeiro ministro da Bulgária Boiko Borissov uma cria de pastor balcânico. Neste ano, ele foi agraciado com mais um presente vivo, - um cachorro da raça akita-inu, - oferecido pelas autoridades da cidade japonesa de Akita para retribuir a ajuda, prestada pela Rússia, depois do tsunami do ano passado. O líder russo retribuiu, dando aos japoneses um gato siberiano. A crer nas informações da mídia, durante muitos anos Putin tem tido em sua casa um verdadeiro jardim zoológico. Já recebeu de presente cavalos árabes, um pônei, uma cabra, vários cães e, inclusive, um crocodilo. Quanto a este último, Putin recebeu o réptil há dez anos do presidente da Moldávia, Vladimir Voronin, que acompanhou o presente com estas palavras: “O crocodilo é único animal que não vira para trás”. O atual presidente entrega alguns dos animais como, por exemplo, a cria de tigre Machenka, aos jardins zoológicos russos, enquanto que alguns outros são mantidos nas suas residências.
fonte: /portuguese.ruvr.ru

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão