sábado, 13 de outubro de 2012

Experiência militar dos anos 50 submeteu animais a bomba biológica

Terror e sofrimento
Foto: Reprodução/Daily Mail
Amontoados em pequenas caixas, só com a cabeça presa para fora em pequenos buracos, estes macacos sem dúvida estão aterrorizados.
Em volta deles, homens usando macacão de borracha e máscaras de gás organizam um semicírculo com outras caixas, contendo porquinhos da índia. Depois, os homens desaparecem embaixo do convés do navio em que tal fato ocorre e, por algum tempo, nada acontece. As informações são do jornal Daily Mail.
Depois de alguns minutos uma pequena bomba é detonada a poucos metros do mar e os animais são envolvidos em uma nuvem mortal de bactérias que desencadeiam a peste bubônica.
Foto: Reprodução/Daily Mail
Estas cenas, recém-divulgadas, fazem parte de uma filmagem que mostra experiências de guerra sendo feitas há 60 anos por cientistas do governo britânico em animais.
Os experimentos, conduzidos entre maio e setembro de 1952 na costa da Ilha de Lewis, na Escócia, expuseram perto de 3.500 porquinhos da índia e 83 macacos rhesus a bactérias causadoras da peste bubônica.
Nomeada de Operação Cauldron, os testes secretos faziam parte do nascente programa de guerra biológica, considerado na época tão importante quando o desenvolvimento de armas nucleares.
Foto: Reprodução/Daily Mail
Acreditando que os sovietes estavam produzindo bombas bacteriológicas, cientistas do parque científico e militar de Porton Down, em Wiltshire, na Irlanda, foram escalados para desenvolver armas semelhantes que pudessem ser usadas em retaliação ao ataque russo.
Apesar de o filme de 47 minutos ser conhecido há muitos anos, ele só foi divulgado ao mundo agora, disponível no Youtube, graças aos esforços do ativista Mike Kenner.
“Este é o único filme do gênero no mundo”, disse Kenner, que atuou junto ao Ministério da Defesa para conseguir que o vídeo fosse divulgado. “Até onde sei, é o único filme que mostra animais sendo expostos a patogenias fatais.”
Foto: Reprodução/Daily Mail
O Ministério estava relutante e não é difícil de entender por qual motivo. As imagens são extremamente perturbadoras.
Muitos dos macacos e porquinhos da índia expostos às bactérias morreram dentro de poucos dias. Os que sobreviveram foram mortos e dissecados para que os efeitos da doença em seus órgãos pudessem ser estudados.
“Embora saibamos que testes têm sido feitos em animais, quando vemos estes macacos não é possível não sentir empatia e não perceber que estas armas serão usadas contra pessoas”, completa Kenner.
Poucos que participaram da operação ainda estão vivos. Mas um dos homens que presenciou o que aconteceu é Geoffrey Scarlett, de 82 anos. Ele era o suboficial a bordo do navio Ben Lomond, que abrigava animais e cientistas.
Como escrivão do navio, responsável pelo envio de relatórios ao Almirantado Britanico, Scarlett conhecia bem os objetivos do projeto. Os outros marinheiros apenas tinham uma vaga ideia de que estes experimentos estavam sendo feitos tão perto.
“Simplesmente nos disseram que iríamos passar por uma guerra bacteriológica, mas não nos informaram para onde estávamos indo”, disse Scarlett. De qualquer forma, os homens foram informados que a participação nos testes não era obrigatória.

Foto:  Reprodução/Daily Mail
“Desde o início, eles avisaram que se alguém fosse contra aos experimentos com animais, as pessoas poderiam ser desligadas e nenhuma mancha seria registrada, mas até onde sei ninguém se opôs. É preciso lembrar que eram tempos diferentes e que o bem-estar animal não era uma prioridade”, diz Scarlett.
Ele conta ainda que a maioria via necessidade em desenvolver um novo tipo de arma de destruição em massa. “Estávamos no meio da Guerra Fria e você sabia que aquilo tinha que ser feito. A maioria já tinha servido na guerra ou, como eu, crescido nesse ambiente. Já tínhamos visto a bomba atômica e a guerra biológica era de outro tipo. Em teoria, seria bem mais mortal que uma guerra nuclear. Uma bomba pode arrancar uma cidade, já bactérias podem acabar com um país.”
Foi tomado o maior cuidado para que as experiências fossem mantidas em segurança. As condições do vento também foram cuidadosamente monitoradas antes de cada detonação, para que as bactérias não fossem espalhadas em direção do país.
Mas as conclusões da Operação Cauldron nunca chegaram à população. E caso tivessem chegado, o então primeiro-ministro Winston Churchill já tinha preparado uma declaração justificando o que muitos teriam considerado antiético.
“A possibilidade de que bactérias sejam usadas em uma futura guerra não pode ser ignorada”, dizia o documento. “Pesquisas estão sendo feitas para que medidas defensivas possam ser tomadas e agora experimentos as substituirão.”
Hoje, o Ministério da Defesa procura se distanciar desse fato, afirmando não reconhecer o tratamento dado aos animais exibidos no filme como sendo de acordo com a conduta ética científica moderna.
Embora seja improvável que tais criaturas estejam ainda hoje sendo expostas a agentes patogênicos mortais na busca de alguma vantagem militar, a divulgação do filme é um lembrete assustador de que a Grã-Bretanha estava desenvolvendo talvez as armas mais mortíferas já vistas no mundo.
O vídeo da terrível experiência pode ser visto aqui: (alerta: as imagens a seguir contêm cenas fortes de violência e sofrimento):
Foto:  Reprodução/Daily Mail
“Desde o início, eles avisaram que se alguém fosse contra aos experimentos com animais, as pessoas poderiam ser desligadas e nenhuma mancha seria registrada, mas até onde sei ninguém se opôs. É preciso lembrar que eram tempos diferentes e que o bem-estar animal não era uma prioridade”, diz Scarlett.
Ele conta ainda que a maioria via necessidade em desenvolver um novo tipo de arma de destruição em massa. “Estávamos no meio da Guerra Fria e você sabia que aquilo tinha que ser feito. A maioria já tinha servido na guerra ou, como eu, crescido nesse ambiente. Já tínhamos visto a bomba atômica e a guerra biológica era de outro tipo. Em teoria, seria bem mais mortal que uma guerra nuclear. Uma bomba pode arrancar uma cidade, já bactérias podem acabar com um país.”
Foi tomado o maior cuidado para que as experiências fossem mantidas em segurança. As condições do vento também foram cuidadosamente monitoradas antes de cada detonação, para que as bactérias não fossem espalhadas em direção do país.
Mas as conclusões da Operação Cauldron nunca chegaram à população. E caso tivessem chegado, o então primeiro-ministro Winston Churchill já tinha preparado uma declaração justificando o que muitos teriam considerado antiético.
“A possibilidade de que bactérias sejam usadas em uma futura guerra não pode ser ignorada”, dizia o documento. “Pesquisas estão sendo feitas para que medidas defensivas possam ser tomadas e agora experimentos as substituirão.”
Hoje, o Ministério da Defesa procura se distanciar desse fato, afirmando não reconhecer o tratamento dado aos animais exibidos no filme como sendo de acordo com a conduta ética científica moderna.
Embora seja improvável que tais criaturas estejam ainda hoje sendo expostas a agentes patogênicos mortais na busca de alguma vantagem militar, a divulgação do filme é um lembrete assustador de que a Grã-Bretanha estava desenvolvendo talvez as armas mais mortíferas já vistas no mundo.
O vídeo da terrível experiência pode ser visto aqui: (alerta: as imagens a seguir contêm cenas fortes de violência e sofrimento):
Grã-Bretanha estava desenvolvendo talvez as armas mais mortíferas já vistas no mundo.
O vídeo da terrível experiência pode ser visto aqui: (alerta: as imagens a seguir contêm cenas fortes de violência e sofrimento):


fonte: anda

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão