quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Site criado no RS reúne projetos e busca doações para ajudar animais



Henrique Von Weidebach, Marcus Sá, Flávio Steffens e Hermann Albrecht ajudam a administrar a plataforma (Foto: Divulgação)

ONGs, associações e pessoas podem cadastrar iniciativas na plataforma.
O crowdfunding (financiamento coletivo) aceita projetos de todo o país.

A ideia surgiu em uma empresa que atua no desenvolvimento de aplicações para internet em Porto Alegre. Em meio a uma conversa, os sócios e amantes de animais criaram o "Bicharia", uma plataforma brasileira de crowdfunding (financiamento coletivo) com o objetivo de auxiliar no financiamento de projetos em prol dos bichos. O site foi lançado este mês, com quatro projetos em andamento já na primeira fase. Até esta quarta (24), cerca de R$ 5,1 mil já tinham sido arrecadados.
Para participar, quem tem um projeto deve cadastrá-lo no site. A partir daí o trabalho é com os administradores da plataforma, que avaliam se as iniciativas são viáveis e se realmente servirão para melhorar a vida dos animais carentes, além da comunidade. Também é avaliado se as pessoas, ONGs ou associações têm capacidade para gerir o projeto. Por fim, o grau de criatividade também é levado em conta. Quanto mais criativo, mais chances terá de ser publicado no Bicharia.
"Uma das coisas que não queremos é depender só de entidades, associações, ONGs. Queremos mostrar que as pessoas sozinhas também podem participar. Uma pessoa pode fazer a diferença, não precisa ser uma organização", explicou ao G1 Flávio Steffens, criador da plataforma junto com o colega Marcus Sá, da Woompa.
Na próxima fase, a intenção é publicar oito projetos. As ideias ficam abertas para doações de valores variados através do site. As iniciativas têm um período de 45 dias para atingir o valor solicitado, que é estabelecido pelo próprio dono do projeto. Se atingir 50%, já se habilita a receber a verba. Se não atingir os 50%, todos os apoiadores recebem o seu dinheiro de volta.
Plataforma que publica os projetos para receber doações do público (Foto: Reprodução)Plataforma que publica os projetos para receber doações
do público (Foto: Reprodução)
Uma das diferenças do Bicharia para as tradicionais vaquinhas online é que os colaboradores dos projetos adquirem uma cota de financiamento de R$ 10, R$ 25, R$ 50 ou R$ 100. Para cada uma das cotas, os responsáveis pelos projetos oferecem uma recompensa, que pode ser um brinde, um e-mail de agradecimento ou um desconto em alguma loja, por exemplo. É uma maneira de todos saírem ganhando.
Os administradores dão auxílio diariamente aos donos dos projetos. Mas ter o sono atrasado por esse motivo não é algo que perturba Flávio. "Está ocupando uma boa parte (do dia). Esses dias fui dormir perto de 1h30 da madrugada, mas está valendo a pena, o pessoal está gostando muito, é um assunto que causa muito engajamento", comentou. O apoio técnico, segundo ele, é prestado durante cerca de 15 horas por dia.
O amor por bichos fica claro até na página da empresa. Na apresentação da equipe que atua na Woompa, a cadela Bunny, da raça Labrador, tem foto e descrição estampadas. "É a mascote da Woompa. Seu principal trabalho é manter a motivação alta e deixar o trabalho mais divertido e produtivo. Acreditem, ela realmente consegue!", diz o texto.
Arrecadações já passam de R$ 5 mil
Nesta quinta-feira (25) os projetos da primeira etapa completaram 12 dias no ar. De acordo com os números do início da manhã, o Projeto Castracão, de São Carlos (SP), havia atingido 27%, com R$ 1.915 arrecadados. A Grife 101 Vira Latas, de Porto Alegre (RS), estava com 20%, sendo R$ 2.720 levantados. O Projeto Me Leva pra Casa?, de Hortolândia (SP), tinha 19% da meta e R$ 650. O único projeto que ainda não havia contabilizado apoios era o DogGatto, de São Paulo, capital.
Aline cuida de um dos cães atendidos pelo projeto em Viamão (Foto: Divulgação)Aline cuida de um dos cães atendidos pelo projeto
em Viamão (Foto: Divulgação)
Única de Porto Alegre a cadastrar um projeto, até o momento, a ONG 101 Vira Latas é uma entidade sem fins lucrativos que abriga e cuida de animais abandonados na Região Metropolitana, à espera de adoções. O sítio fica em Viamão, abriga 580 cães e 60 gatos e busca ajuda para se manter. A pedida no site foi de R$ 13.799. Com o valor, a ONG pretende comprar o maquinário para a fabricação dos produtos da grife que serão colocados à venda. "As pessoas podem mandar fotos dos bichinhos e nós fazemos camisetas, ecobags, chinelos. Cadastramos no site porque achamos a ideia bem inovadora. Se conseguirmos o maquinário, podemos ajudar outras protetoras de animais que têm menos visibilidade que a nossa ONG", explica Aline Orestes Vieira.
Como o dinheiro é administrado
Ponto importante e que sempre é motivo de questionamentos, os valores doados por colaboradores aos projetos da plataforma são administrados por um site específico para transações financeiras na internet, o Moip. Os criadores do Bicharia garantem segurança em tudo que envolve pagamento. O dinheiro pode ser repassado por cartão de crédito, débito em conta ou boleto bancário.
A empresa dos sócios que criaram o Bicharia recebe cerca de 10% do valor de cada projeto. A empresa que faz as transações online também fica com o valor de uma taxa cobrada pelo serviço. "Esse valor que a gente recebe é usado para investir em divulgação. Estamos tentando fazer filmagens sobre doações de animais, campanhas, encontros", explicou Flávio.
O site disponibiliza um e-mail para que as pessoas tirem dúvidas e peçam o manual para o cadastro. Entre os exemplos de projetos que podem ser inscritos, estão execução de iniciativas de adoção e educação, criação de linha de produtos para uma ONG ou associação, exposições, documentários, emergências veterinárias e outros projetos que beneficiem os animais.
fonte:g1.globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão