quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Especialistas em comportamento animal ensinam a deixar seu cão mais educado



Julliane Silveira
Especial para o BOL
Uma das formas de educar seu cachorro é com reforços positivos, ou seja, formas carinhosas de recompensar o animal por suas atitudes, em vez de repreendê-lo ou fazer ameaças

Todo dono de cachorro já passou por alguma situação difícil: ou o animal faz necessidades em local inadequado ou pula em visitas importantes ou simplesmente não obedece durante os passeios ao ar livre.
A boa notícia é que é possível acabar com todos esses problemas, ensinando o cachorro a se comportar de maneira adequada. “O cão está sempre aprendendo e o dono lhe ensina um monte de coisas a toda hora. Cabe à pessoa entender que ela sempre está treinando seu bicho e que deve fazer isso de forma consciente”, explica Alexandre Rossi, zootécnico especialista em comportamento animal conhecido como “Dr. Pet”.
A boa notícia é que é possível acabar com todos esses problemas, ensinando o cachorro a se comportar de maneira adequada. “O cão está sempre aprendendo e o dono lhe ensina um monte de coisas a toda hora. Cabe à pessoa entender que ela sempre está treinando seu bicho e que deve fazer isso de forma consciente”, explica Alexandre Rossi, zootécnico especialista em comportamento animal conhecido como “Dr. Pet”.

Dica do Dr. Pet

Divulgação/Record
O cão obedece sempre por interesse – para evitar algo ou conseguir algo. A metodologia que uso e recomendo é a troca por algo positivo
Isso quer dizer que muitos proprietários “treinam” seus cães de maneira errada. Por isso, é importante que o dono se eduque antes de começar o treino com o cachorro. “Posso dizer que 80% das pessoas que buscam o adestramento para seu animal não precisariam disso se tivessem sido ensinadas a conduzir a disciplina desde o 1º dia em que o bicho chegou à casa”, afirma José Carlos de Souza, especialista em comportamento animal e proprietário da ABC Cães Treinamento e Assessoria, em Santo André (SP).
Há vários erros muito comuns. Por exemplo, o dono que não quer que o cachorro pule nas visitas, mas, na hora em que o animal pula nele, faz carinho. “Essa recompensa reforça o comportamento errado”, diz  o Dr. Pet. Outro hábito equivocado é ceder à pressão do animal: quando ele puxa a guia durante o passeio para chegar a algum lugar e o dono o solta ou quando ele late ou raspa as patas nas pernas de uma pessoa e ganha um pouquinho de comida de quem está à mesa.
Também é um problema dar algo ruim para o cachorro que obedece. O dono pede ao cão que se aproxime, o animal vem, mas tem de se sujeitar a algo de que não gosta – cortar as unhas ou ser preso, por exemplo. Isso pode fazer com que o cão associe obediência a punição. “Na verdade, o dono deve aproveitar qualquer momento para tentar fazer a relação entre obediência e recompensa”, complementa o Dr. Pet.
Mas o maior empecilho para ter um cão educado em casa é obrigá-lo ao ócio. “O cachorro anda 12 horas por dia na natureza em busca de alimento. Então, ele tem essa predisposição para atividade física. Se o cão não se exercita, pode desenvolver alguns problemas: agressividade, hiperatividade ou medo”, explica Pedro Custódio, especialista em comportamento animal e proprietário da Elite Adestramento, em São José dos Campos (SP). Indica-se um passeio de ao menos 40 minutos por dia, para todos os cães.
Treinamento
É claro que é mais fácil ensinar o cão recém-chegado em casa, ainda filhote. Dessa forma, os limites já são dados desde o início. Outra vantagem é que, nessa fase, o cachorro ainda não costuma fazer xixi para demarcar território, o que facilita o treino para fazer as necessidades no local correto.
Mas nada impede que um cachorro mais velho aprenda os comandos e se torne mais dócil.  O treino ideal é feito com recompensas positivas – brinquedos, carinho e comida. “Às vezes a pessoa quer que o cão obedeça sem ter nada em troca! Mas o cão obedece sempre por interesse – para evitar algo ou conseguir algo. A metodologia que uso e recomendo é a troca por algo positivo”, afirma o Dr. Pet.


Foto 1 de 11 - Pedro Custódio, especialista em comportamento animal e proprietário da Elite Adestramento, em São José dos Campos (SP), dá dicas básicas para educar seu cão. O profissional contou com a ajuda do Ariel, da raça Golden Retriever. Para começar o treino, use uma corda de cerca de 10 m para prender o cachorro. Isso ajudará você a dar liberdade ao cão sem colocá-lo em risco (ele pode querer sair correndo se vir outro cachorro, por exemplo).Julliane Silveira/BOL
Alguns treinadores usam reforços negativos para conseguir resultados com o cão. Apertar o traseiro para que ele se sente, usar chocalhos barulhentos ou enforcadores são recursos comuns, que podem ser usados e também trazem resultados. Mas cabe ao proprietário decidir se quer ou não que seu cachorro passe por essas situações. Segundo Alexandre Rossi, o Dr. Pet, os reforços negativos podem despertar agressividade ou medo no animal e não são obrigatórios para discipliná-lo.

Erros comuns

Usar práticas de adestramento somente na aula ou em um curto período do dia - deve-se aproveitar todas as oportunidades para treinar o cão
Usar violência física para punir o cão - bater ou machucar o animal o torna mais agressivo ou medroso
Correr atrás do animal ou dar broncas quando ele fizer algo errado - ele vai perceber que está ganhando atenção com isso, o que reforçará o comportamento ruim
Não passear com o cão - o animal que fica dentro de casa o tempo todo se torna mais hiperativo ou agressivo, dificultando a disciplina
  • Fontes: Alexandre Rossi, José Carlos de Souza e Pedro Custódio, especialistas em comportamento animal
Ao escolher um treinador profissional, alguns donos podem estranhar as aulas de comandos – para sentar, ficar parado, vir junto. O que isso tem a ver com tornar o cão mais educado em casa? Tudo, na verdade. Os comandos básicos ajudam o proprietário a treinar uma linguagem com seu cão. Estimulam também a obediência e podem servir como neutralizador do comportamento errado. “O cão que quer pular no dono que chega do trabalho pode receber o comando de sentar. Isso torna a ação ruim incompatível”, explica o Dr. Pet.
Mas o treino deve envolver uma mudança completa de comportamento do cão, e não só usar os comandos, caso contrário os resultados não serão bons. É preciso usar os recursos no dia a dia, impedindo que o cão mantenha o comportamento ruim.  “O treinador atua como uma Supernanny dos cachorros, ensinando o dono a impor limites ao animal”, define José Carlos de Souza.
Quanto custa?
Um treinamento feito por especialista em comportamento animal dura aproximadamente quatro meses, com duas aulas por semana. Cada aula custa de cerca de R$ 60. Mas quem não consegue encaixar todo o curso no orçamento pode fazer uma consulta única com o especialista para obter orientações e resolver um problema pontual e mais grave do cão.
Em São Paulo, o Kennel Club oferece aulas de adestramento gratuito no parque Villa Lobos, todos os sábados, das 15h às 17h. Basta apresentar a carteira de vacinação do cachorro em dia. Em Natal (RN), a ONG Amimais volta em 2013 a dar aulas gratuitas no primeiro domingo de cada mês na Praça Henrique Carloni (Ponta Negra).
BOL também separou várias dicas para você ter um cão mais comportado. Com 18 anos de experiência, Pedro Custódio ensina como treinar o cão para fazer as necessidades no local correto, não pular nas visitas, fazer passeios com calma e não sair correndo quando o portão é aberto. “O cão treinado tem maior equilíbrio emocional e sofre menos de angústia de separação, quando o dono precisa se ausentar da casa”, afirma o especialista. Confira as dicas no álbum de fotos.
fonte: noticias.uol

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