sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Poder público alia-se à mobilização social no salvamento de animais vítimas do furacão Sandy


Homem é resgatado com o seu cão em Nova Jersey, após ter a sua casa inundada por tempestade causada pelo Furacão Sandy. (Foto: AP/Craig Ruttle)
O furacão Sandy que tirou pessoas de suas casas em Nova Iorque e New Jersey e destruiu pertences, forçou estas pessoas a encontrar abrigos – para eles e para seus animais. Mas um quadro muito peculiar de união de esforços entre organizações públicas, sociedade e organizações não governamentais tem mostrado que a sociedade americana está realizando amplos esforços para ajudar a salvar quase igualmente as vidas dos animais humanos e não humanos. As informações são da Oregon Live e da Associated Press.
Só em Nova Iorque e em Long Island, a ONG ASPCA informa que resgatou mais de 300 animais e cuidou ou forneceu alimentos para cerca de 13 mil, trabalhando com agências governamentais e privadas de bem-estar animal, disse a porta-voz Emily Schneider.
Abrigos da cidade receberam cerca de 400 animais juntamente com as suas famílias nos primeiros dias após o furacão, disse Schneider. Existem hoje mais de 100 animais em abrigos com seus tutores, e uma clínica veterinária móvel está cruzando bairros devastados em Queens e em Staten Island.
Em Nova Jersey, a Humane Society disponibilizou dezenas de socorristas utilizando unidades móveis e barcos para trazer cerca de 60 animais deslocados por dia nas ilhas isoladas pela tempestade.
A ausência de animais que foram perdidos ou separados de seus tutores só contribui para os sentimentos de deslocamento e trauma por parte das famílias, disseram membros de equipes de emergência, que sempre tentam resgatar tutores e animais juntos.
Duas semanas após o desastre, a ONG Animal Care & Control de Nova Iorque trabalha recebendo chamdas sobre animais em perigo. Muitas ligações são de tutores que foram obrigados a deixar os animais para trás ou que foram incapazes de cuidar deles, ou de pessoas que os vêem vagando em áreas atingidas.
Um abrigo em Manhattan recolhe animais sistematicamente, na esperança de que os seus tutores apareçam.
As mídias sociais também têm sido utilizadas para divulgar animais perdidos, ajudando a reuni-los com os seus tutores.
Diferentemente dos outros países, o resgate de animais é obrigatório nos termos da Lei Federal americana, que exige que os governos locais e estaduais incluam planos para animais em situações de emergência. A agência Federal Emergency Management (FEMA), que foi criada há 33 anos e possui uma estrutura para atender em tragédias e emergências de grandes proporções, possui também a incumbência de ajudar animais nestas ocorrências.
Abrigos humanos de Nova Iorque são obrigados a aceitar animais, assim como os táxis e o transporte público.
Essa postura de preocupação com os animais inclusive prevista por Lei é explicada pelo senso de responsabilidade que as pessoas têm para com os animais, disse Niki Dawson, diretora de Serviços de Desastres para a Humane Society de Washington.
“Há uma ligação tão forte entre as pessoas e os animais que as pessoas colocam suas vidas em risco para não deixar um animal para trás”, disse Dawson. “Muitos desses tutores ficam, mesmo quando lhes é dito para sair do local”.
Mais de 200 cães, gatos e outros animais de uma área devastada de Long Island estão sendo abrigados no ginásio de um colégio da comunidade. Muitos têm tutores que estão em abrigos próximos e hotéis.
A empresária e personalidade televisiva Rachael Ray fez uma doação de 500 mil dólares para a ASPCA, para ajudar animais e famílias que lutam para se recuperar do furacão Sandy. Ela disse que sua marca de comida para animais domésticos, Nutrish, também está enviando quatro toneladas de alimentos para cães vítimas do desastre, e sua ONG Yum-o! está doando 100 mil dólares para a Prefeitura e para o Banco de Alimentos de Nova Iorque.
A ASPCA vai usar o recurso para alugar um prédio para os animais resgatados até que seus tutores possam cuidar deles.
Schwartz e Scooter, dois gatos pretos, vieram de uma casa que foi inundada com água a 5 metros de altura em Long Beach, de uma comunidade da ilha fortemente danificada.
No quarteirão de Kate e Warren Sherwood, cinco casas foram queimadas até o chão. “Nós mal conseguimos sair de casa a tempo”, disse Kate Sherwood.
Eles se refugiaram em um hotel que não aceita gatos. Warren disse que ignoraram a recusa e mantiveram os gatos escondidos no quarto, mas após três dias os gatos miaram muito e eles tiveram que sair do hotel.
O casal levou os animais para um abrigo improvisado em um ginásio e dirigido pela North Shore Animal League, o maior grupo de resgate e adoção da região. “Nós ficamos muito estressados mas eu faria qualquer coisa para salvar os meus gatos”, disse Warren.
Também entre os animais no ginásio está Emma, uma cachorra terrier de Manchester que nadou pelas ruas inundadas em Freeport, Long Island, enquanto seus tutores carregavam seus gatos acima da água.
A cachorra estava “um pouco cansada, mas bem”, disse Swing, um voluntário em um abrigo da Cruz Vermelha.
Os cães e gatos não foram os únicos animais resgatados das tempestades. “Estamos descobrindo chinchilas, porquinhos da índia, coelhos, répteis e aves”, disse Dawson.
Houve a tarântula, deixada para trás em uma casa no bairro de Staten Island. O tutor da aranha era um adolescente. Ele e sua família foram obrigados a sair do local e sua tia, no Brooklyn, concordou em abrigar os roedores, mas ninguém queria a tarântula. O adolescente deixou alimentos próximos a ela – na esperança de que a mesma pudesse sobreviver e se recuperar posteriormente.
Tal como os tutores, muitos animais que sobreviveram não poderão voltar para casa em breve. Eles estão sendo alojados e alimentados graças à bondade de estranhos.
Caminhões têm distribuído alimentos e materiais para os animais, vindos de armazéns em Queens. As toneladas de alimentos têm origem em doações de instituições como PetSmart Charities, Iams, Del Monte Foods, Purina e Petco.
Só dentro de alguns meses estarão disponíveis estimativas quanto ao número de animais que morreram ou se perderam durante as tempestades de Nova York.
Dawson diz que vê as pessoas presas em abrigos, desoladas e vestindo roupas doadas, sem nenhuma ideia de quando irão voltar para casa mas, “quando estas pessoas se voltam para o seu cão ou gato, seus rostos se iluminam”. É por isso, diz ela, que os animais são importantes em meio a uma catástrofe humana.
fonte: anda

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