sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Yorkshire Lana – Um ano de impunidade


Exatamente nesta data no ano passado, dia 14 de novembro, em Formosa (Goiás), chegava ao fim o sofrimento dayorkshire Lana após quase um mês de espancamentos, chutes, banhos de água fria e outros abusos – todos cometidos na frente de uma criança de um ano e meio, filha da enfermeira Camila Correa Alves de Moura Araujo dos Santos, de 22 anos.
Há de se notar que seu nome é peculiar: tão extenso quanto sua disposição para torturar um animal indefeso, que poucos dias antes de morrer, já tremia de medo à aproximação de sua agressora. O vídeo postado no You Tube comoveu o Brasil e teve repercussão no Exterior. Também motivou um movimento nacional que, só em São Paulo, levou 10 mil pessoas para a Avenida Paulista.
Camila pagou, na ocasião, uma multa de R$ 3 mil e aguarda audiência marcada para 25 de fevereiro de 2013 quando responderá por maus-tratos a animais e constrangimento de menor. Lana morreu ao cair na área externa do prédio. Provavelmente foi arremessada, mas Camila alegou algo inacreditável: que a cachorra estava engasgada com uma lagartixa e que apenas tentava ajudá-la a desengasgar quando então aconteceu um “acidente”.
Camilla pode pertencer a uma categoria chamada “psicopata temporário” que, segundo a ciência, não comete crimes em série (repetidamente ao longo de meses ou anos) e nem em massa (vários de uma só vez) mas, por outro lado, não controla sua agressividade quando exposta a alguma situação de estresse e pode, nessas ocasiões, transferir sua frustração ou ódio para um animal, filho ou qualquer outra pessoa (leia mais aqui).
Goiás está se tornando referência de maus-tratos
Crimes bárbaros contra animais continuam ocorrendo em Goiás mas, infelizmente, as autoridades ainda não levam em conta uma equação bem simples: se mata animais, futuramente matará crianças, mulheres e outras pessoas indefesas. É assim que começa a carreira de um psicopata. E essa equação é fruto de pesquisa feita pelo FBI e outras entidades interessadas no assunto. Não é mera suposição.
Podemos impedir que psicopatas cometam mais crimes se eles forem detidos e, quando crianças, monitorados. No entanto, jamais poderemos impedir que eles percam o desejo de praticar crueldades. Não há cura para indivíduos que se divertem com o sofrimento alheio. A disposição para o mal irá acompanhá-los por toda a vida. Portanto, nossa única defesa é detectá-los e impedi-los de cometer mais crimes.
Existe uma série de reportagens no canal ID chamada “Dementes” cujo slogan é perfeito: “Para saber por que mataram é importante saber como cresceram”. Como disse Allen Brantley, agente especial do FBI que analisou o perfil de inúmeros assassinos em série: “Maltratar um animal não é apenas um fato lamentável, mas um sério alerta de perigo”.
Gatinha Mona (Foto: Reprodução)
Segundo Robert K. Ressler, psicólogo que criou o termo “serial killer”, assassinos de pessoas frequentemente começam matando e torturando animais. E vale acrescentar que esse comportamento sádico geralmente tem início na infância. Então por que crianças perversas continuam com liberdade total para fazerem o que bem entendem? Por que não são monitoradas e encaminhadas a tratamento psiquiátrico? Leia mais aqui.
Monstrinho de Valparaíso
Em Valparaíso de Goiás, no Condomínio Residencial Palissander, filhotes de gatos agonizam com a crueldade de um garoto de apenas 11 anos. Semana passada ele fez sua segunda vítima (conhecida): perfurou os olhos de uma gatinha de um mês de idade e depois jogou-a no lixo sob a chuva. Gabando-se do feito diante de outros meninos do mesmo condomínio acabou comovendo um deles que correu para pedir ajuda. A gatinha, batizada de Mona, foi socorrida com grave infecção ocular e rinotraqueíte por ter tomado tanta chuva. Encontra-se em observação.
Em junho, apenas quatro meses atrás, ele já havia jogado outra gatinha contra a parede e arrancado os olhos dela com caneta. A ação é tão bárbara que mal se pode acreditar que partiu de um pré-adolescente. Mas houve testemunha que, na ocasião, teve medo de denunciar o garoto. A gatinha foi levada para uma clínica. Ficou cega, mas recuperou-se e conseguiu um lar em Brasília. Hoje chama-se Yasmin. Em ambos os casos o socorro foi feito pela ONG SVPI – Salvando Vidas Protetores Indepedentes que, dessa vez, com a ajuda da Proanima (outra ONG local), pretende fazer a denúncia e pedir providências rigorosas.
Yasmin teve os 2 olhos furados (Foto: Reprodução)
O garoto goza de uma boa vida num condomínio que tem piscinas, quadras esportivas e amplos apartamentos. Não sofre por falta de opções de lazer, mas notoriamente prefere se divertir com a dor de seres indefesos. As gatinhas não pertenciam a ele. São de uma colônia de gatos que, por azar, existe aos arredores do condomínio. Pela brutalidade de suas ações, esse garoto já pode ser considerado um psicopata mirim, pois, na escala da violência criada pelo psiquiatra Michael Stone, ele já se encontra num dos graus mais elevados. Conheça o Índice da Maldadeacessando este link.
Região é recordista em maus-tratos a mulheres
Esse é um dado interessante. A região no entorno do DF tem sido apontada como uma das mais violentas do país no que diz respeito a crimes contra mulheres. À primeira vista, a maioria das pessoas não faz conexão entre esse dado e maus-tratos contra animais, mas estudos mostram que homens violentos com mulheres e crianças já demonstram essa tendência na infância, torturando e matando animais.
De acordo com o Mapa da Violência realizado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça, concluído este ano, a taxa de homicídios no DF é de 5,8 para cada 100 mil mulheres, superior à média nacional de 4,4. A cidade de Formosa lidera o ranking entre as mais violentas do país com taxa de 14,4 assassinatos a cada 100 mil mulheres. Em segundo lugar está Valparaíso de Goiás (10,2) e em terceiro Águas Lindas de Goiás (8,8).
Como ajudar:
Leia matéria do Correio Braziliense clicando aqui.
A matéria tem, inclusive, vídeo mostrando a recuperação da primeira gatinha e também focalizando o caso da yorkshire Lana. Escreva para os responsáveis da redação pedindo que dêem continuidade ao caso já que o Monstrinho de Valparaíso é reincidente e precisa ser detido antes que mate mais animais e até gente:
DIRETOR DE REDAÇÃO
Josemar Gimenz E-mail: jgimenez.df@dabr.com.br
EDITORA-CHEFE
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EDITOR-EXECUTIVO
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fonte: anda
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