domingo, 16 de dezembro de 2012

Gatos são recolhidos de residência em Volta Redonda (RJ)


Funcionários do Centro de Controle de Zoonoses recolhem animais no Ilha Parque. (Foto: Divulgação)
Voluntários da ONG Vira Lata e os técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – acompanhados pelo delegado titular da 93ª Delegacia de Polícia Civil, Antônio Furtado – recolheram na tarde de quinta-feira (13) 14 gatos em uma casa no bairro Ilha Parque. A denúncia chegou à DP por meio de um encarregado de obras que informou aos policiais que a ex-companheira havia abandonado aproximadamente outros 40 animais na rua e trancado seis em um terraço no Barreira Cravo.
Segundo a voluntária da ONG Mariana Ribeiro, após a separação a mulher levou 14 gatos e quatro cachorros para uma casa no bairro Ilha Parque.
“O delegado nos pediu ajuda, já que ele não tinha um local adequado para alojar os animais. O Centro de Controle de Zoonoses alegou que existia uma lei que impede o recolhimento de animais de rua”, disse.
Segundo ela, a lei municipal 4.108 é legítima, porém afirma que o poder público deve oferecer atendimento veterinário gratuito e elaborar políticas afirmativas para melhorar e manter as condições dos animais.
“Nós não contamos com abrigo. Os voluntários da ONG desejam que esses animais sejam cuidados, castrados e posteriormente devolvidos ao seu lugar de origem ou adotados nas feiras que são realizadas na cidade” ressaltou.
Devido à ausência de abrigo, os voluntários foram até a prefeitura para solicitar auxílio.
“Nós trabalhamos para que existam ações de auxílio aos animais. Fomos até o gabinete do prefeito [Antônio Francisco Neto, do PMDB], e o vereador [e futuro vice-prefeito] Carlos Roberto Paiva (PT) escutou o nosso pedido e viabilizou que os animais fossem recebidos pelo CZZ”, frisou.
A voluntária afirmou que acompanhou todo o processo de recolhimento dos animais.
“O delegado Antônio Furtado esteve presente em todos os momentos e demonstrou vontade de resolver o problema. Agora nós vamos acompanhar como esses animais vão se comportar e continuar cobrando que crimes como esses sejam punidos”, concluiu.
Posicionamento da 93ª DP
Segundo o delegado Antônio Furtado, uma equipe foi enviada ao local para verificar a procedência das informações.
“Os policiais foram até a residência e verificaram que o local realmente estava sujo. Um perito acompanhou a equipe e tirou algumas fotos da casa e do local onde os animais ficavam alojados” explicou.
O delegado contou que optou por retirar os animais da residência em função das informações fornecidas pelos policiais.
“Os voluntários da ONG nos informaram que a permanência dos animais no local poderia ser determinante para a sobrevivência deles. Fomos lá e não encontramos nenhum tipo de resistência para entrar na casa. Expliquei o que estava ocorrendo e a dona da casa me disse que o ex-companheiro estava tentando se vingar, já que ela iniciou uma nova relação amorosa”, contou.
Apoio
A população do bairro apoiou a iniciativa da Polícia Civil, já que a urina dos animais causava mau cheiro e incômodo aos moradores.
“Realizamos o resgate dos animais porque a Constituição autoriza a retirada dos animais em determinados casos. Agora estamos aguardando os laudos e as testemunhas para verificarmos as informações”.
O delegado afirmou que existe um fato novo que pode contribuir para o entendimento da situação.
“Uma testemunha de defesa nos contou que a proprietária da casa chegou a ter 28 animais dentro de um quarto com dimensões pequenas. Se os maus-tratos forem confirmados ela pode ser condenada a um ano de prisão. Se o ex-companheiro for indiciado por denunciação caluniosa, porém, pode ser condenado a oito anos de reclusão”, concluiu.

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