terça-feira, 30 de abril de 2013

Baleias-piloto assassinadas nas Ilhas Faroé são comercializadas na Europa


Por Claudia Braghetto (da Redação)

Foto: Divulgação
Além do crime que é a matança dos animais, a gordura de baleia-piloto é altamente contaminada com venenos como PCB e metil mercúrio, que podem ser bastante perigosos para a saúde humana. (Foto: Divulgação)
Durante as últimas semanas, gordura de baleias-piloto, vinda das Ilhas Faroe, foi frequentemente oferecida na balsa “Norrona”, de propriedade da empresa de navios a vapor Smyril-Line, como reportado pela organização de proteção a golfinhos e baleias ProWal. As informações foram publicadas no site da International Whale Protection.
Andreas Morlok, CEO da ProWal está enojado: “A gordura de baleias-piloto não é identificada como tal no restaurante da balsa. O hóspede não tem ideia do que exatamente está sendo oferecido a ele. O chef só dá a informação verbalmente quando perguntado, que o prato que o hóspede está consumindo é, na verdade, gordura de baleia-piloto, tal como provado por um cientista das Ilhas Faroe.
Além disso, falta um aviso no buffet dizendo que a gordura de baleia-piloto é altamente contaminada com venenos ambientais como PCB e metil mercúrio, que podem ser bastante perigosos para a saúde humana.
Estudos científicos provam que as crianças das Ilhas Faroe têm alto índice de deficiências de aprendizado e também transtornos no desenvolvimento de funções motoras e do sistema nervoso central. Enquanto bebês, eles já absorvem esses venenos através do leite de suas mães, que contém a maior saturação tóxica do mundo. A porcentagem de pessoas afetadas pelo transtorno nervoso da doença de Parkinson é o dobro do que no continente dinamarquês e a qualidade de esperma masculino também está fortemente afetada por essas toxinas.
Portanto, não é de se espantar que a Organização de Saúde Mundial (OMS) esteja urgentemente tentando dissuadir as pessoas de consumirem produtos originários das baleias. Na União Europeia, esses produtos são classificados como “substância perigosa”.
A balsa da empresa de navios de Faroe tem navegado regularmente entre a cidade de porto dinamarquesa Hirtshals e Thorshaven, a capital das Ilhas Faroe. Hirtshals e as águas que a circundam estão sob jurisdição da Dinamarca, membro da União Europeia. A importação e propaganda comercial de produtos de golfinho e baleia são terminantemente proibidas na União Europeia.
Pro Wal denunciou a empresa Smyril-Line para as autoridades dinamarquesas. Além disso, elas foram requisitadas a confiscar qualquer carne ou gordura de baleia-piloto na próxima chegada da balsa em Hirtshals, a denunciar a empresa por conta de violações das leis europeias e a dar início às ações legais.
As organizações de direitos animais dinamarquesas também informaram o FDA da Dinamarca, assim como as Comissões da União Europeia e pediram que eles se envolvessem para responsabilizar as partes envolvidas por suas ações.
A caça das baleias-piloto nas Ilhas Faroe, localizada no Atlântico, não só abastece os habitantes locais, como tem um caráter totalmente comercial, segundo a ProWal. Tal fato foi negado pelas Ilhas Faroe e pela Dinamarca até agora.
Andres Morlok: “As Ilhas Faroe, que estão em território dinamarquês, são parcialmente autônomas, e não pertencem à União Europeia, o que está possibilitando que eles continuem caçando baleias-piloto. O grupo de ilhas está totalmente tomado por carne de baleia. O povo de Faroe mata mais baleias-piloto do que consegue consumir, e porque eles conseguem a carne e a gordura por praticamente nada, mais e mais locais para comercializar a carne por puro lucro tem que ser abertos”.
Nas Ilhas Faroe, carne e gordura de baleia-piloto estão sendo oferecidas em restaurantes, mercearias e mercados de peixe. E claro, também é notada nesses locais a omissão de avisos que a carne é altamente contaminada.
Pesquisando sobre a venda de carne de baleia-piloto originária das Ilhas Faroe, na União Europeia, nós sempre fomos levados aos assim chamados “lares” de faroenses exilados”. Em torno de 20.000 faroenses viraram suas costas à sua terra natal e agora estão morando na Dinamarca. Esses “lares” estão lá, em nossa opinião, somente como camuflagem, e são um mercado ilegal para carne de baleia-piloto.
Qualquer um pode ir lá e comer nesses “lares”, incluindo nós mesmos, como experimentamos na semana passada em Copenhagen. Nós temos provas de que não só na capital dinamarquesa, mas também em outras cidades, como Esbjerg, a carne de baleia-piloto está sendo oferecida e vendida na Dinamarca. Este fato também foi passado para as autoridades pertinentes.
As Ilhas Faroe desfrutam dos padrões de vida mais altos da Europa e você pode apreciar qualquer comida que quiser por lá. Um governo que permite que baleias sejam assassinadas, que sua própria população consuma produtos de baleia que estão fortemente contaminados com mercúrio e outros venenos e que comerciantes sem escrúpulos vendam ilegalmente para consumidores sem conhecimento; está, em nossa opinião, agindo com intenção criminosa.
De 1584 até agora, 264.793 baleias-piloto foram brutalmente assassinadas nas Ilhas Faroe, segundo a ProWal. A organização acredita que a caça às baleias já não é mais necessária e que hoje é vista como um negócio e, além disso, diversão.
Andreas Morlok: “A caça a baleia-piloto é um tipo de ritual feito para provar a masculinidade do caçador, pois jovens garotos de 14 anos podem participar no massacre desses animais altamente sociáveis”.
“Já que os faroenses nunca irão parar a caça as baleias-piloto por vontade própria, nós temos que nos envolver e tomar uma iniciativa nós mesmos contra esse extensivo massacre de animais”.
“Portanto, nós temos viajado às Ilhas Faroe há umas duas semanas e colocado aparelhos acústicos que irão emitir sons para manter as baleias-piloto distantes das 23 baías onde elas têm sido massacradas. No ano passado, 716 baleias-piloto foram assassinadas da forma mais cruel e brutal possível nas Ilhas Faroe. Nem as mães e seus filhotes foram poupados.”
Apesar de terem acontecido tiros, nenhum dos ativistas recuou, a fim de completar seu trabalho de proteção desses animais maravilhosos. “Nós estaremos ativos nessas ilhas o ano inteiro e tentaremos instalar o maior número desses aparelhos para reduzir a quantidade de massacres. Neste ano, até agora, nenhuma caçada começou, apesar de que, no passado, os faroenses já teriam massacrados vários grupos de baleia-piloto nesta época”.
fonte: anda
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