sexta-feira, 24 de maio de 2013

India proíbe espetáculos com golfinhos em cativeiro


Por Monika Sckhorr (da Redação)
Golfinho-do-ganges nas águas de Bangladesh. (Foto cedida por BCDP -Bangladesh Cetacean Diversity Project  / WCS - Wildlife Conservation Society)
Golfinho-do-ganges nas águas de Bangladesh. (Foto cedida por BCDP -Bangladesh Cetacean Diversity Project / WCS – Wildlife Conservation Society)
O Ministério do Meio Ambiente e Florestas da Índia decidiu proibir a manutenção de golfinhos em cativeiro para entretenimento público em todo o território nacional. As informações são do Environment News Service.
Em declaração oficial divulgada sexta-feira, 17 de maio, este Ministério determinou que os governos estaduais rejeitem todas as propostas de criação de aquários para golfinhos vindas “de quaisquer pessoas, organizações, agências governamentais, sejam da iniciativa privada ou pública e que impliquem na importação e/ou captura de cetáceos para a indústria do entretenimento, exibições privadas ou públicas e para quaisquer fins mercantilistas, sejam estes quais forem”.
O comunicado emitido por B.S. Bonal, diretor executivo do “Central Zoo Authority of India”, órgão do governo indiano responsável pela supervisão de zoológicos e que segue as diretrizes da Lei de Proteção da Vida Selvagem (Wild Life (Protection) Act), reconhece que cetáceos sobrevivem de forma precária em cativeiro, afirmando que “o confinamento em cativeiro compromete gravemente a qualidade de vida e a sobrevivência de todas as espécies de cetáceos, alterando seu comportamento e causando sofrimento extremo”.
O Ministério do Meio Ambiente e Florestas chama a atenção para o fato de que o golfinho-do-ganges, animal aquático que é símbolo nacional da Índia, assim como o golfinho “snubfin” e os demais cetáceos estarem catalogados na Lei de Proteção da Vida Selvagem (Wild Life Protection Act) de 1972 dentre os animais incondicionalmente protegidos por lei e cujo abuso acarreta as mais altas penas criminais e adverte sobre a incontestável importância de se defender esses animais ameaçados de extinção contra a exploração e aprisionamento em cativeiro.
Exploração de golfinhos no parque de diversões Connyland, Suíça (Foto: Vivek Madwaskar)
Exploração de golfinhos no parque de diversões Connyland, Suíça (Foto: Vivek Madwaskar)
“Os cetáceos são altamente inteligentes e sensíveis e cientistas que têm estudado seu comportamento comprovaram sua elevada e incomum inteligência, o que significa que os golfinhos devem ser vistos como “pessoas não humanas” e, como tais, devem ter seus próprios direitos e é moralmente inaceitável mantê-los em cativeiro para fins de entretenimento”, declarou o Ministério.
Organização de base, a Federação das Organizações de Proteção Animal da Índia (Federation of Indian Animal Protection Organization – FIAPO), órgão que representa todas as ONGs de defesa animal do país e milita pelos direitos dos animais, comemorou a decisão do governo. Este grupo liderou acampanha para banir a exploração dos golfinhos na Índia, promovendo encontros com altos representantes do Ministério e arregimentando apoio popular.
A porta-voz da FIAPO, Puja Mitra, definiu a decisão ministerial como “uma extraordinária vitória para os golfinhos”.
“A Índia tornou-se exemplo e motivo de esperança para o movimento global contra o confinamento de cetáceos em cativeiro e somos gratos à Ministra Jayanthi Natarajan por ter nos elevado à condição de referência na proteção animal mundial,” disse Mitra.
FIAPO trabalhou, durante o último ano, em conjunto com seus parceiros Born Free Foundation, Global Green Grants Fund, Earth Island Institute’s Dolphin Project e Wildlife Rescue and Rehabilitation, para que esta proibição se concretizasse.
Ric O’Barry, ex-treinador de golfinhos, aplaudiu a nova política da Índia. Atualmente, ele dirige o “Projeto Golfinho” (Dolphin Project), ligado ao instituto Earth Island Institute, sediado nos Estados Unidos, e que tem como objetivo banir o assassinato e exploração dos golfinhos no mundo todo.
“Esta é uma gigantesca vitória para os golfinhos”, disse O’Barry. O governo Indiano não se posicionou apenas contra a crueldade, mas também contribuiu para um emergente e indispensável diálogo sobre o modo que entendemos os golfinhos: como indivíduos que pensam e que sentem, em vez de fragmentos de propriedade que geram lucro.
    fonte: anda.jor

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