quinta-feira, 2 de maio de 2013

Vida de cão no nordeste da Tailândia



Por Loren Claire Canales (da Redação)
O cachorro, à beira da extinção nas províncias tailandesas que margeiam o Laos devido à crescente demanda chinesa e vietnamita. (Foto: Efe/ SoiDog)
O cachorro está à beira da extinção nas províncias tailandesas que margeiam o Laos devido à crescente demanda chinesa e vietnamita. (Foto: Efe/ Soi Dog)
O cachorro está ameaçado de extinção nas províncias tailandesas que margeiam o Laos, anteriormente grandes zonas de abastecimento para os mercadores de cães que fornecem matéria-prima à crescente indústria canina. As iformações são do jornal espanhol ABC.
Os ativistas tailandeses e amigos dos animais denunciam que é difícil avistar cachorros de qualquer raça nas aldeias e cidades próximas à fronteira, por onde os contrabandistas levam anualmente de forma clandestina dezenas de milhares de cachorros para fazer negócio graças a forte demanda proveniente da China e do Vietnã.
“Reduziram drasticamente os cachorros de muitas áreas. Avistar algum cão na rua chega a ser raro”, observa Plumpat Pracharasap, um antigo deputado tailandês contrário a esta indústria em expansão.
A Fundação Soi Dog, uma rede com base no nordeste da Tailândia e formada por voluntários que tentam interceptar ao longo da fronteira os carregamentos de contrabando, estima que as redes de contrabandistas transportam para o Laos aproximadamente 300.000 cães por ano.
Mas, segundo estimativas do Conselho de Medicina Veterinária da Tailândia, anualmente cerca de meio milhão de cães são exportados de forma ilícita ou são sacrificados nos matadouros clandestinos do nordeste do país que fornece matéria-prima a diferentes negócios, desde aqueles que fabricam luvas com a pele de cachorro aos que fazem cordas para violão com as vísceras do animal.
A maior parte da produção de luvas para jogadores de golf ou para praticantes de outros esportes que são confeccionadas com pele de cachorro em oficinas de artigos de couro,  localizadas na periferia de Bangkok, é exportada para o Japão, Taiwan, e outros países asiáticos, onde este tipo de curtimento é apreciado pelo consumidor.
Na Tailândia, a comercialização de cachorros para fins culinários ou a utilização de suas partes para a fabricação de diversos artigos, está amparada pela corrupção, principalmente a nível provincial.
Corrupção das autoridades
“As autoridades e a polícia recebem subornos para fazer vista grossa”, denuncia o ex-parlamentar.
“Um colaborador presenciou outro dia como um oficial da Polícia aceitava um suborno de 120.000 baht (3.000 dólares) para permitir uma operação de contrabando de cachorros”, disse à Efe John Dalley, fundador da ONG Soi Dog.
Os contrabandistas ganham de 10 a 30 dólares por cachorro, ainda que essa quantidade de dinheiropossa alcançar até os 250 dólares, como já aconteceu em uma venda no Vietnã, o que supõe uma soma respeitável uma vez que a maior parte dos animais são conseguidos sem custo algum ou através de uma troca feita com o suposto tutor do animal por um utensílio doméstico de plástico.
Desde o instante em que caem nas mãos dos traficantes até serem sacrificados, o tratamento que os cachorros recebem é brutal.
Nos matadouros clandestinos da província de Sakhon Nakhon, situada no nordeste da Tailândia, os cachorros são espancados até a morte para assim amolecer sua carne, seus pêlos são queimados com um maçarico, depois são esfolados e finalmente decapitados.
“Considera-se que causar dor ao cachorro contribui para que a sua carne seja mais macia, por isso fraturam suas patas antes de morrerem ou são cozidos vivos”, explica Dalley.
Antes, e como o seu preço depende do peso, são colocados para engordar a força durante vários dias através de tubos sanitários enfiados pela boca.
Os assustados animais são transportados de dez em dez ou de vinte em vinte em jaulas colocadas uma em cima da outra no compartimento traseiro de carga do caminhão e durante os dois ou três dias de viagem não recebem água nem alimento.
Alguns cachorros morrem por asfixia ou desidratação enquanto são transportados em pleno sol por uma região onde a temperatura ultrapassa os 38 graus à sombra durante a maior parte do ano.
fonte: anda

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