terça-feira, 4 de junho de 2013

Não abandone seu cachorro


A família estava na maior alegria, havia decidido sair em férias, o casal e os quatro filhos. Cansados de gozar as férias do sul paulista, resolveram ir para o Nordeste, inicialmente pensando em passar 15 dias em Fortaleza, depois pensaram em Recife, mas, ao final, na hora da votação, a maioria decidiu ir para Salvador. A escolha da capital baiana prevaleceu por vários motivos, principalmente devido ao preço das passagens ser menor e ao fato de irem saborear os deliciosos quitutes da terra do Senhor do Bonfim. Tudo bem. Agora era arrumar as malas e partir para o Estado do senador Antônio Carlos Magalhães, com suas lindas praias, suas festas permanentes e as igrejas maravilhosas, que seriam, sem dúvida, muito apreciadas por aqueles turistas que eram católicos apostólicos romanos, que ainda não conheciam os encantos daquela que fora a primeira capital do Brasil.
As coisas estavam todas planejadas, quando alguém deu o grito: e o cachorro, onde deixar o cachorro? O animal era um pastor-alemão muito bonito, que vigiava a casa com a maior segurança. Todos ficaram em silêncio, pensando onde deixar o companheiro de todas as horas, que, evidentemente, não poderia seguir com elas naquele plano de férias encantadas.
O casal e os filhos continuaram meditando na forma de resolver o caso do cão amigo quando Juvenal deu um tapa na testa: descobri a solução, uma solução formidável, que irá resolver o questão. Ali no Setor Sul conheço uma clínica de animais, aliás, muito bem montada, onde poderemos deixar o nosso Tigre. Eu digo lá ao doutor que ele não está bem de saúde, anda meio amuado, triste, e que um tratamento de 15 dias, no mínimo, o caso estaria solucionado.
Na véspera do embarque para a “boa terra”, Juvenal levou o Tigre à clínica. O doutor recebeu-o com a cordialidade própria dos veterinários, ouviu a explicação dos sintomas do cão, completou a ficha e que poderia voltar para apanhá-lo 15 dias depois. A viagem foi maravilhosa e as férias encantadoras. Só uma coisa os entristecia: a saudade do cachorro amigo.
Concluindo o passeio e chegando em casa no retorno, Juvenal foi aflito buscar o animal querido. O doutor foi taxativo: você tinha razão, meu amigo. O cachorro não estava bem. Dois dias depois de internamento, ele começou a uivar sem parar. Na terceirra noite, morreu.

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