sábado, 20 de julho de 2013

Mais de 300 árvores nativas centenárias derrubadas para a visita do Papa

Autoridades denunciam líderes da Igreja pelo desmatamento de mais de 300 árvores centenárias no Parque Nacional Serra da Tiririca, em Niterói, para que os peregrinos possam celebrar uma missa durante a visita do papa ao Rio de Janeiro.
Divulgação/ Peset
Divulgação/ Peset














Papa Francisco fará sua primeira viagem internacional ao maior país católico do mundo no final do mês e os católicos se preparam para esse momento histórico. Os organizadores de um evento na diocese de São Sebastião de Itaipú, em Niterói, afirmaram que foi preciso desmatar uma zona da Mata Atlântica para caber uma multidão de 800 peregrinos. Como resultado, um total de 334 árvores centenárias foram derrubadas na reserva do Parque Nacional Serra da Tiririca, incluindo também a zona que é propriedade da Igreja.
O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, disse ontem que o episódio é “lamentável” e negou que a prefeitura tenha dado autorização para o corte num terreno às margens do Parque Estadual da Serra da Tiririca, uma unidade de conservação estadual:
“Um evento destinado à juventude deveria ter caráter educativo e, portanto, compromisso com o meio ambiente e com o futuro. É óbvio que a supressão contraria a legislação”, declarou para o jornal O Globo.
Ainda ontem, o secretário de Meio Ambiente de Niterói, Daniel Marques, reforçou que não havia autorizado qualquer desmatamento:
“Multamos (os responsáveis), bem como obrigamos que eles façam medidas compensatórias. Agimos”.
O Globo não conseguiu contato com o padre Casimiro nem com o advogado que representa a paróquia, Rafael Bueno Curi. Eles apresentaram à chefia do Parque da Tiririca, após a inspeção do Inea ao terreno, um termo de compromisso ambiental firmado entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói e a paróquia. No documento, a igreja se compromete a replantar a área e recuperar toda a restinga da Praia de Itaipu.
O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, André Ilha, afirmou que o órgão ambiental “jamais daria autorização” para o corte.
Não é a primeira vez que os organizadores desse evento são criticados pela depreciação do Meio Ambiente. No início do mês a cidade do Rio de Janeiro recebeu uma petição para eliminar 11 coqueiros da praia do Leme, onde o pontífice celebraria uma missa.  A permissão foi concedida, mas depois revogada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão