quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cachorro adota gari e acompanha trabalho do melhor amigo todos os dias

SÃO PAULO


Correria (Foto: Reprodução)
Correria (Foto: Reprodução)
O gari Ronaldo José da Conceição, conhecido como Magrão, faz a limpeza das ruas do centro de São Paulo (SP) com um ajudante diferente. “Eu mesmo coloquei o nome dele de Correria, porque ele sai correndo atrás de carro e de moto”. O cachorro apelidado de Correria busca Ronaldo no alojamento, onde ele pega o material de trabalho, acompanha o gari durante todo o expediente e ainda o leva até o ponto de ônibus. “Eu chego quinze para as seis. As cinco e meia, cinco e quarenta, ele já está lá no alojamento”, diz.
Correria e Ronaldo trabalham juntos o dia todo. Depois, o cão acompanha seu parceiro até o ponto de ônibus. (Foto: Reprodução)
Correria e Ronaldo trabalham juntos o dia todo. Depois, o cão acompanha seu parceiro até o ponto de ônibus. (Foto: Reprodução)
A ambulante Roseane dos Santos, conta a história do cachorro. “Quando o tutor pegou o cachorro, ele era pequenininho. O homem passeava com ele aqui todos os dias. Aí mataram o tutor dele. Aí Correria passava procurando o homem até que a gente se acostumou com ele. Então, ele conheceu Seu Magrão, e onde Seu Magrão vai, Correria vai atrás”, diz.
Ao longo do trajeto do gari, praticamente todos conhecem a dupla. “Eu conheço o Correria há dez anos. Todo dia, ele dorme no apartamento do Japonês, que cinco horas o libera pra ele ir atrás dele (Ronaldo) na baixada do Glisério”, conta José Guimarães, técnico em Eletrônica. “Vai todo dia. Dia de domingo ele não vai, porque sabe que ele não trabalha,” detalha Francisco de Araújo, motorista.
A amizade, que ficou famosa no bairro da Liberdade e na baixada do Glicério, é invejada por alguns moradores, que só conseguem se aproximar do animal se tiverem um punhado de ração. Denise Bertelho, funcionária pública, define muito bem esta amizade. “Ele que escolheu o rapaz, porque ele não se dá com ninguém, só com ele. O cachorro que adotou o cuidador”, declara.
Ronaldo explica porque não leva Correria pra casa. “Eu já tendei adotar, mas só não levei ele porque ele mora com um senhor já de idade e que vai sentir muito a falta dele. Por isso que eu já não levei ele embora pra casa”, diz. Se alguém se aproxima de seu amigo, Correria rosna, desconfiado. Para quem encosta no carrinho, Correria mostra os dentes. Para se aproximar, só com um punhado de ração, mas, mesmo com toda fama de ranzinza, Correria fez fama e coleciona admiradores por onde passa. “Vai ser difícil encontrar outro que nem o Correria”, diz Ronaldo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão