sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cavalo de lata viaja o país a convite de governos e empreendedores


Protótipo foi apresentado pelo engenheiro Jason Vargar em Belo Horizonte (Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal)
Protótipo foi apresentado pelo engenheiro Jason Vargar em Belo Horizonte (Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal)
Depois de nove meses de trabalho, o protótipo do “cavalo de lata” ficou pronto e viaja o país a convite de eventos, prefeituras e empreendedores. A ideia é substituir cavalos e carroças por carrinhos elétricos na coleta seletiva de lixo.
Nesta semana, o idealizador do projeto, o engenheiro Jason Duani Vargas, 33 anos, está em Belo Horizonte (MG) para apresentar o invento que pretende acabar com maus-tratos a animais, melhorar a qualidade de vida de catadores e minimizar a interferência da coleta no trânsito. Na semana que vem, o destino é Fortaleza (CE) e, em outubro, Curitiba (PR).
As três viagens nacionais são a convite do 4º Ciclo de Debates, promovido pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas). O projeto gaúcho, que começou a ser desenvolvido no início deste ano em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, deve passar por mais 30 cidades e continua recebendo convites. Em Salvador (BA), um projeto de lei para uso do invento em substituição às carroças de tração animal foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores e depende de sanção do prefeito. Como não há regulamentação para este tipo de veículo junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), municípios poderiam legislar sobre a circulação.
Mas, para a produção em larga escala e emplacamento, o carrinho terá de ser autorizado pelo órgão nacional. Conforme o Denatran, primeiro o projeto deve ser vistoriado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que deve classificá-lo conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), levando em conta tipo de tração, espécie e categoria. Depois, deve ser avaliado pelo órgão nacional, que confere se o veículo atende a todos os itens de segurança ou se necessita de alterações.
Desde abril, o veículo passou por mudanças. O carrinho, que antes era elétrico e manual, passou a ser totalmente elétrico. A alteração se deve ao aumento de capacidade, de 350 quilos para 500 quilos, tornando os pedais dispensáveis — não suportariam o peso.
— Quanto mais os catadores coletarem, maior será a renda — explica o idealizador.
O projeto adaptado
- No novo modelo, o veículo tem cinto de segurança e cobertura, entre outros itens.
- A  velocidade máxima aumentou de 20 km/h para 25 km/h, houve troca das rodas para aro 12, colocação de baterias tracionárias, volante, banco duplo, faróis e iluminação mais eficientes.
- O carro continua recarregável na luz, com 60 quilômetros de autonomia. Se o catador fizer 12 quilômetros por dia, andará de segunda a sexta sem recarregá-lo. O custo por quilômetro percorrido deve girar em torno de R$ 0,02 a R$ 0,05.
- O valor para aquisição ainda não está definido. Inicialmente, a previsão era de que girasse em torno de R$ 12 mil, mas a definição dependerá de parcerias para produzi-lo.
Circulação de carroças restrita na Capital
Embora Porto Alegre esteja a frente de muitos municípios, determinando o fim de carroças das ruas, a administração municipal não cogita investir em alternativas como o Cavalo de Lata. Segundo o coordenador do programa Todos Somos Porto Alegre, que deve extinguir os veículos de tração animal das ruas até o início de 2015, Fernando Mello, a ideia do programa vai além dos maus-tratos aos cavalos.
— Queremos o fim da profissão de catadores, também de outros trabalhadores ambulantes informais, que muitas vezes vivem em condições desumanas, para que trabalhem com carteira assinada, em empregos mais rentáveis e dignos — explica.
O coordenador acrescenta que a coleta seletiva de lixo será incluída no trabalho de recolhimento da prefeitura, que também deve disponibilizar contêineres exclusivos para o lixo reciclável.
Desde o início do mês, a circulação de carroças está limitada na chamada Zona 1, que compreende as avenidas Beira-Rio, Ipiranga, Antônio de Carvalho e Bento Gonçalves, até Viamão.
Durante um mês, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) fiscalizará de forma educativa, orientando carroceiros sobre a mudança. Já a partir de outubro, quem for pego pode levar multa. Os veículos serão recolhidos, mas o proprietário cadastrado será indenizado, além de ter a seu dispor cursos profissionalizantes.
A partir de março de 2014, a restrição será aplicada às regiões Eixo Baltazar, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte. Em março de 2015, Humaitá e Navegantes e, em junho, Arquipélago e Centro.
Fonte: Zero Hora

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