sexta-feira, 13 de setembro de 2013

MAIS DE 5 MIL CRIANÇAS MORREM TODOS OS DIAS POR FALTA DE ÁGUA, DIZ RELATÓRIO DA ONU


Aumento da população mundial está a contribuir para agravamento da crise da água
O crescimento acentuado da população mundial, as alterações climáticas, a má gestão generalizada e a procura crescente de energia estão a exercer pressões intensas nas reservas cada vez menores de água do mundo, adverte um novo relatório das Nações Unidas, divulgado hoje.
O facto de a população mundial ter aumentado para mais de 7 Bilhões de pessoas significa que alguns países já atingiram os limites dos seus recursos hídricos, afirma o relatório em cuja preparação participaram 24 organismos das Nações Unidas.
Alterações climáticas
"As alterações climáticas vão agravar a situação", disse William Cosgrove, Coordenador de Conteúdos do UN World Water Development Report, falando numa conferência de imprensa em Nova Iorque. E acrescentou: "As alterações climáticas não só vão aumentar a variabilidade do clima, como também vão aumentar, de um modo geral, as pressões [sobre os recursos hídricos] em locais onde elas já existem".
O relatório, cuja edição deste ano se intitula Water in a Changing World, apresenta uma avaliação trienal completa dos recursos de água doce e foi lançado na sede das Nações Unidas hoje.
O relatório calcula que, devido às alterações climáticas, em 2030, quase metade da população mundial esteja a viver em zonas de elevado stress hídrico, incluindo entre 75 milhões e 250 milhões de pessoas em África. Além disso, a escassez de água em algumas zonas áridas e semi-áridas levará entre 24 milhões e 700 milhões de pessoas a deslocarem-se para outros locais.
A relação entre pobreza e a falta de recursos hídricos
Existe uma forte ligação entre pobreza e recursos hídricos, observa o relatório, e o número de pessoas que vive com menos de 1,25 dólares por dia coincide, aproximadamente, com o número de pessoas que vive sem acesso a água potável.
5.000 crianças morrem por dia devido à diarréia
O relatório realça o impacto considerável desta situação na saúde, uma vez que quase 80% das doenças nos países em desenvolvimento estão associadas à água, causando aproximadamente 3 milhões de mortes prematuras. Por exemplo, todos os anos, morrem 5000 crianças por dia devido à diarreia e seria possível evitar cerca de 10% das doenças no mundo inteiro, melhorando o abastecimento de água, o saneamento, a higiene e a gestão dos recursos hídricos.
"A procura está a aumentar e está a gerar concorrência e aquilo de que necessitamos é de uma melhor gestão da água, melhor legislação e uma partilha mais eficaz e mais transparente da água", disse William Cosgrove.
Futuro incerto da humanidade
Acrescentou que as pressões sobre os recursos hídricos aumentam dramaticamente à medida que os níveis de vida vão melhorando, as zonas urbanas vão crescendo e os níveis de consumo vão aumentando, conduzindo a grandes aumentos da procura.
Os aumentos muito acentuados da produção de biocombustíveis, nomeadamente a triplicação da produção de etanol entre 2000 e 2007 e o facto de serem necessários 1000 a 4000 litros de água para produzir um único litro de biocombustível, também estão a contribuir para a intensificação das pressões sobre os recursos hídricos mundiais.
"A necessidade de energia do mundo vai aumentar cerca de 60% até 2030, segundo uma previsão da Agência Internacional de Energia, e esse aumento da procura virá dos países em desenvolvimento", observou William Cosgrove, acrescentando que se prevê igualmente um aumento da dependência da hidroenergia da ordem dos 60%.
"A maior frequência das situações de escassez significa que a boa governação ao nível da gestão da água é cada vez mais essencial", disse Koïchiro Matsuura, Director-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Fonte: Unric
De:folhacentrosul

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