sábado, 3 de maio de 2014

Cão morre de fome e frio após dois meses de abandono

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Mais um caso absurdo de maus-tratos contra os animais revoltou os protetores de Salvador (BA). Após denúncias de moradores da Estrada Velha do Aeroporto, um cão poodle que havia sido abandonado pelos donos há pelo menos dois meses foi encontrado morto por assessores da vereadora e ativista Ana Rita Tavares (PV). Segundo Ana Rita, mãe e filho que abandonaram o cão na residência serão processados criminalmente e vão responder a uma ação cível indenizatória e por danos morais coletivos.

A casa onde o cão foi encontrado morto pertence a Rosangela Campos de Oliveira e seu filho Gilvandro Teles de Oliveira. Quando os assessores da vereadora entraram no imóvel, o cão estava atrás de um carrinho de mão apoiado na parede, onde tentou se proteger da chuva e do frio, antes de morrer de fome e sede. “Ao seu lado tinha um saco plástico com restinhos de comida e ossos de galinha que os vizinhos jogavam por cima do muro alto, tentando alimentar o pobre cão”, relata a veterinária Alexandra Caribé, uma das responsáveis por retirar o corpo do animal.

 



Cenário de abandono, descaso e tristeza (Alexandra Caribé)


A veterinária explica que os moradores tentaram por quase dois meses ajuda no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que foi até o local, mas não resgatou o cão, alegando que não tinham ordem judicial para abrir a porta. “Acionaram o Corpo de Bombeiros, mas foi a mesma coisa e tentaram até no IBAMA. Quando no dia 1º de maio nos contataram e no dia 2 nos enviaram o e-mail, fomos, mas pra ele nosso socorro não chegou a tempo”, afirma Alexandra.

Para a vereadora Ana Rita Tavares, o caso chama mais atenção que outros de abandono e maus-tratos porque os vizinhos pediram à guardiã do animal para ficarem com a guarda do poodle. “Mas ela preferiu confiná-lo no quintal de casa, sem qualquer proteção, sem alimento ou água, recebendo toda chuva e sofrendo com o frio durante os dias de muita chuva que tivemos em Salvador”, diz a vereadora. “Ela foi perversa, desumana e, por ser uma pessoa que trabalha no Poder Judiciário, deveria dar exemplo”, completa.

 



Cãozinho morre de fome e frio após ter sido abandonado por aqueles que deveriam cuidar dele com amor e carinho (Alexandra Caribé)


Confira abaixo o relato emocionante da veterinária Alexandra Caribé:

Com muita dor e tristeza, essa foi a cena que vimos quando o chaveiro abriu a porta da casa hoje no fim da tarde. O pobre animal abandonado há 2 meses, passando muita fome e frio, todo molhado, pelos grandes e emaranhados, abandonado, sozinho, morto. Difícil segurar as lágrimas. Que pena não terem nos contactado antes, tentaram por quase 2 meses ajuda no CCZ que foi até lá mas nada fez alegando que não tinham ordem judicial para abrir a porta, tentaram no Corpo de bombeiros mas foi a mesma coisa e tentaram até no IBAMA. Quando ontem nos contactaram e hoje nos enviaram o e-mail, fomos, mas pra ele nosso socorro não chegou à tempo. Só nos restou a sensação de NADA e chorar, mesmo com dor precisamos fazer fotos, mesmo com dor precisamos filmar e eu, particularmente, mesmo com dor precisei fazer a pior parte, retirar seu corpinho super-magro escondido embaixo de muito pêlo, encontrado atrás de um carrinho de mão que estava apoiado na parede, mostrando que ele tinha tentado se proteger da chuva. Ao seu lado tinha um saco plástico com restinhos de comida e ossos de galinha que os vizinhos tentavam jogar por cima do muro alto tentando alimentar o pobre cão. Ele estava usando uma coleirinha no pescoço.
Vamos continuar trabalhando...

fonte:naritatavares.com

De acordo com a Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, é crime "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos", com pena prevista de detenção, de três meses a um ano, e multa.

"Os denunciados serão julgados dentro do rigor da lei, e estamos trabalhando para que essas penas sejam ainda mais duras, além de atuar bastante no campo da conscientização e sensibilização, pois não podemos mais admitir a insistência numa cultura antropocentrista e os recorrentes crimes de maus-tratos contra os animais", diz Ana Rita Tavares.

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