sábado, 21 de junho de 2014

SOFREM COM A SOLIDÃO Estudo aponta que vacas precisam ter amigos


(da Redação)
Foto: Care2
Foto: Care2
Vacas precisam ter amigos, e quando privadas desta necessidade básica, sua capacidade mentalsofre consequências. A pesquisadora de bem estar animal Charlotte Gaillard da Universidade de British Columbia esclareceu essa questão e trouxe uma visão sobre como as vacas aprendem, especialmente durante a crucial idade de crescimento. As informações são da Care2.
O recente estudo examinou as diferenças de aprendizado entre vacas com níveis variados de socialização. Os resultados mostraram que as vacas, como todas as espécies sociais, precisam de interação para se desenvolverem e prosperar.
Nas fazendas de exploração de vacas para extração de leite, elas são separadas de suas mães e confinadas em celas individuais, o que consiste no maior ofensor ao seu desenvolvimento e, possivelmente e muitas vezes, impossibilita até a sua sobrevivência. O estudo de Gaillard demonstra que não são apenas as crianças humanas que sofrem com o confinamento solitário. Vacas são criaturas sociais, e quando impedidas desse convívio e de amizades, elas apresentam uma performance pior em testes de desenvolvimento cognitivo.
Segundo a reportagem, até hoje não foram realizados muitos estudos sobre o comportamento das vacas, e não se tem conhecimento de estudos anteriores sobre a relação entre sua performance cognitiva e a convivência com companheiros durante a fase de crescimento. A falta de investigação é devido ao fato das vacas, como animais de muitas outras espécies, serem consideradas meros objetos perante a maioria esmagadora da sociedade, que nomeia esses animais simplesmente como “gado” e lhes atribui termos funcionais como “leite”, “carne”, “couro” ou “trabalho”.
Os testes, que analisaram bezerros criados sozinhos e outros acompanhados, entre as idades de quatro a oito semanas, consistiam em levar os animais a associar diferentes quadrados coloridos comrecompensas de alimentos, bem como colocá-los em um recinto com um objeto não familiar para ver o quanto eles se dispunham a interagir com o mesmo, seja lambendo-o, cheirando-o ou empurrando-o.
Os resultados mostraram que as vacas que cresciam mais socialmente envolvidas com outros animais eram mais capazes de formar laços e criar amizades, e também eram hábeis para lidar com os testes com maior facilidade e confiança. As vacas criadas isoladas, por sua vez, apresentaram dificuldade com as tarefas complexas, e quando um objeto desconhecido era colocado próximo delas, elas nunca eram capazes de se acostumar com sua presença e demonstravam ansiedade crescente, agindo de maneira temerosa e incerta sobre o que ocorria ao seu redor.
Animais não humanos podem ter vidas sociais plenas, e seu bem estar depende de quanto eles são capazes de interagir e engajar-se com companheiros e com o meio em que vivem. Nos locais onde são criados, a maioria dos bezerros fica confinada a pequenos espaços onde choram, pedindo para se reunir com suas mães e irmãos.
A reportagem relembra que as vacas não são simples máquinas que podem suportar as práticas cruéis e abomináveis a que são submetidas pelos humanos. Elas são seres sencientes, pulsantes, que experienciam a dor e o sofrimento.
Inclusive, algumas vacas que tiveram a oportunidade de serem enviadas a santuários ao invés de serem mortas pela indústria do consumo humano provam que nesses locais elas podem expressar plenamente suas personalidades complexas e emoções, e têm liberdade para desenvolver suashabilidades cognitivas à sua maneira, assim como fazer amigos e desfrutar da companhia de seus pares. Um exemplo disso são as vacas Sweety e Tricia, ambas portadoras de cegueira, que tornaram-se melhores amigas após terem vivido a 350 milhas de distânciaconforme publicado recentemente pela ANDA. Elas são o perfeito testemunho de que ter amigos é importante para as vacas não só para o aprendizado, mas também pelo afeto.
Fonte:anda.jor.br

Homem acusado de crime contra cachorro é condenado a 17 anos de prisão



Edwin Velez Marrero foi condenado a 17 anos e três meses de prisão por crueldade contra um cão (Foto: Joe Raedle / Getty Images)
Edwin Velez Marrero foi condenado a 17 anos e três meses de prisão por crueldade contra um cão (Foto: Joe Raedle / Getty Images)
Edwin Velez Marrero, de Porto Rico, vai passar os próximos 17 anos e três meses na prisão por crueldade contra um animal, informou comunicado de imprensa de uma ONG de proteção animal dos Estados Unidos.
Marrero foi considerado culpado em abril pelo ataque hediondo contra seu cão, usando uma prancha de madeira para bater no animal, lesionando sua coluna. Ele, então, arrastou o cão para um pântano nas proximidades, onde tentou afogá-lo.
O cão foi salvo pelo policial Julio Cintron, mas, devido à gravidade dos ferimentos, o cachorro teve sua morte induzida.
Marrero tem antecedentes criminais.
De acordo com Yolanda Alvarez, diretora da ONG em Porto Rico “Esta sentença envia uma mensagem clara de que a nossa sociedade e seu sistema jurídico condena comportamentos violentos. Estamos esperançosos de que essa decisão vá servir como um elemento dissuador para todos aqueles que têm desprezo pela vida animal, humana ou não.”
Porto Rico têm reconhecido os direitos dos animais e reprimido crimes contra eles. Em 2013, um caso de abuso de animais em San Juan chocou a sociedade quando membros da organização Rabito Kontento Animal Rescuers encontraram um filhote de cachorro de rua preto com suas quatro patas cortadas. O grupo havia alimentatado a mãe e seus filhotes apenas alguns dias antes. Desde que a notícia chegou a mídia, amantes dos animais enfurecidos de Porto Rico e Estados Unidos têm trabalhado para tornar as leis de crueldade contra animais mais duras.
O pequeno cachorro, chamado Ocean, teve sua morte induzida. Ninguém foi preso pelo crime.
Fonte:anda.jor.br

Empresa é impedida de explorar petróleo em habitat de gorilas ameaçados


(da Redação)
Filhote de gorila-da-montanha com sua mãe. Foto: African Wildlife Foundation
Filhote de gorila-da-montanha com sua mãe. Foto: African Wildlife Foundation
Os gorilas-das-montanhas estão criticamente em perigo, restando apenas cerca de 800 a 900 indivíduos da espécie em estado selvagem. Cerca de 25% deles vivem no Parque Nacional de Virunga, um Patrimônio Mundial da UNESCO de 7.000 quilômetros quadrados na República Democrática do Congo, perto da fronteira de Ruanda e Uganda. Na sua luta pela sobrevivência, os gorilas enfrentam todos os tipos de ameaças, de doenças à caça, a perda de habitat e conflitos locais que deixam para trás terras destruídas, entre outros desafios.
Como se não bastasse, a empresa petrolífera inglesa SOCO decidiu explorar petróleo na região. Mas, graças a campanhas de conservacionistas, liderados pela WWF, foi feita pressão suficiente para convencer a gigante empresa a deixar a área. As informações são do TreeHugger.
Na semana passada foi divulgado um comunicado da companhia comprometendo-se a concluir os trabalhos dentro de trinta dias, e em seguida a “não empreender ou comissionar qualquer perfuração exploratória dentro do Parque Nacional de Virunga a menos que a UNESCO e o governo concordem que tais atividades não são incompatíveis com o status de patrimônio mundial”. Acima de tudo, eles também se comprometeram a permanecer fora de quaisquer lugares considerados como patrimônios mundiais.
Foto: African Wildlife Foundation
Foto: African Wildlife Foundation
O processo até a obtenção desse resultado iniciou-se em agosto do ano passado, quando a WWF lançou a campanha, e terminou apenas agora, com a decisão da empresa. Nesse meio tempo, o trabalho envolveu o lançamento de um filme pela embaixadora da WWF, assim como a entrada formal de denúncias, petições e trabalho junto a autoridades.
No entanto, segundo a reportagem, o trabalho ainda não acabou. Essa foi uma grande vitória, mas não é a única companhia de petróleo a explorar a região. A WWF está apelando para que a República Democrática do Congo cancele outras concessões para exploração de petróleo na reserva e coloque proteção permanente na área.
O garoto propaganda dessa campanha é o ameaçado gorila-da-montanha, mas Virunga também é lar de incontáveis espécies que irão se beneficiar desses esforços de preservação.
Fonte:anda.jor.br

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Pesquisadores anunciam a ‘extinção inexorável’ do Rio São Francisco Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/pesquisadores-anunciam-extincao-inexoravel-do-rio-sao-francisco-6188992#ixzz35DUQnsaF


Livro escrito por cem especialistas traça o mais completo perfil sobre a vegetação da região e prevê o fim de um dos mais importantes rios brasileiros

POR 

Obras de transposição das águas deverão gerar mudanças na paisagem
Foto: José Alves Siqueira
Obras de transposição das águas deverão gerar mudanças na paisagem - José Alves Siqueira
RIO - É equivalente a dar oito voltas na Terra — ou a andar 344 mil quilômetros — a distância percorrida por pesquisadores durante 212 expedições ao longo e no entorno do Rio São Francisco, entre julho de 2008 e abril de 2012. O trabalho mapeia a flora do entorno do Velho Chico enquanto ocorrem as obras de transposição de suas águas, que deverão trazer profundas mudanças na paisagem. Mais do que fazer relatórios exigidos pelos órgãos ambientais que licenciam a obra, o professor José Alves Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, Pernambuco, reuniu cem especialistas e publicou o livro “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação” (Andrea Jakobsson Estúdio). A obra foi lançada em Recife este mês.
Em 556 páginas e quase três quilos de textos, mapas e muitas fotos, a publicação é o mais completo retrato da Caatinga, único bioma exclusivo do Brasil e extremamente ameaçado. O título do primeiro dos 13 capítulos, assinado por Siqueira, é um alerta: “A extinção inexorável do Rio São Francisco”.
— Mostro os elementos de fauna e da flora que já foram perdidos. É como uma bicicleta sem corrente, como anda? E se ela estiver sem pneu? E se na roda estiver faltando um raio, e quando a quantidade de raios perdidos é tão grande que inviabiliza a bicicleta? Não sobrou nada no Rio São Francisco. Sinceramente, não sei o que vai acontecer comigo depois do livro, mas precisava dizer isso — desabafa o professor da Univasf. — Queremos que o livro sirva como um marco teórico para as próximas décadas. Vou provar daqui a dez anos o que está acontecendo.
Ao registrar o estado atual do Rio São Francisco, o pesquisador estabelece pontos de comparação para uma nova pesquisa, a ser feita no futuro, medindo os impactos dos usos do rio. Além do desvio das águas, há intenso uso para o abastecimento humano, agricultura, criação de animais, recreação, indústrias e muitos outros. Desaguam no Velho Chico milhares de litros de esgoto sem qualquer tratamento. Barramentos — sendo pelo menos cinco de grande porte em Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó — criam reservatórios para usinas hidrelétricas. Elas produzem 15% da energia brasileira, mas têm grande impacto. Alteraram o fluxo depeixes do rio e a qualidade das águas, acabaram com lagoas temporárias e deixaram debaixo d’água cidades ou povoados inteiros, como Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado e Sobradinho.
Com o fim da piracema, uma vez que os peixesnão conseguiam mais subir o rio para se reproduzir, o declínio do número de cardumes e da variedade de espécies foi intenso. Entre as mais afetadas, as chamadas espécies migradoras, entre elas curimatá-pacu, curimatá-pioa, dourado, matrinxã, piau-verdadeiro, pirá e surubim.
Não foram as barragens as únicas culpadas pelo esgotamento de estoques pesqueiros do Velho Chico. Programas de incentivo da pesca, que não levaram em consideração a capacidade de recuperação dos cardumes, aceleraram a derrocada da atividade. Espécies exóticas, introduzidas no rio com o objetivo de aumentar sua produtividade, entre elas o bagre-africano, a carpa e o tucunaré, se tornaram verdadeiras pragas, sem oferecer lucro aos pescadores.
A região do São Francisco, que já foi considerado um dos rios mais abundantes em relação a pescado no país, precisa lidar com a importação em larga escala de peixes, sobretudo os amazônicos, para suprir o que não consegue mais fornecer. Uma das espécies mais comercializadas na Praça do Peixe, a 700 metros do rio, é o cachara (surubim) do Maranhão ou do Pará. Nos restaurantes instalados nas margens do Rio São Francisco, o cardápio oferece tilápias cultivadas ou tambaquis importados da Argentina.
A mudança provocada pelo homem tanto nas águas do Velho Chico quanto na vegetação que o circunda foi drástica e rápida. Tendo como base documentos históricos disponíveis, entre eles ilustrações de expedições de naturalistas importantes, como as do alemão Carl Friedrich Philipp von Martius, é possível ver a exuberância do passado. Um desenho feito há 195 anos mostra os especialistas da época deslumbrados com árvores de grande porte, lagoas temporárias, pássaros em abundância. Ou seja, uma enorme biodiversidade, que hoje não existe mais.
Menos de dois séculos depois, restam apenas 4% da vegetação das margens do Rio São Francisco. Desprovidas de cobertura verde, elas sofrem mais com a erosão, que assoreia o rio em ritmo acelerado. Os solos apresentam altos índices de salinização e os açudes ficam com a água salobra. Aumentam as áreas de desertificação. O Velho Chico está praticamente inviável como como hidrovia. Espécies foram extintas e ecossistemas estão profundamente alterados.
Diante da expectativa da “extinção inexorável do Rio São Francisco”, o livro ressalta a importância de gerar conhecimento científico. Não apenas os pesquisadores precisam se debruçar mais sobre o bioma como também o senso comum criado sobre a Caatinga a empobrece. Por isso o título do livro optou por “Caatingas”, no plural, chamando a atenção para sua enorme diversidade.
— O processo que levará ao fim do Rio São Francisco não começou hoje. Basta olhar a ilustração para ver o que aconteceu em tão pouco tempo, menos de 200 anos. A imagem nos mostra um bioma surpreendente: o tamanho das árvores, a diversidade de animais, a exuberância — ressalta Siqueira. —Observamos que ocorre um efeito em cascata. Tanto que, se algo não for feito agora, de forma veemente, o impacto do aquecimento global na Caatinga, que é o local mais ameaçado pelasmudanças climáticas, será dramático.
Exclusividade do Brasil
Difundir o conhecimento gerado durante as expedições é um dos principais legados da publicação. Ainda mais porque trata-se de uma temática brasileiríssima. Aproveitando o jargão ambientalista, que chama de endêmica a espécie que só existe numa determinada região, José Alves Siqueira diz que a Caatinga e o Rio São Francisco são dois endemismos brasileiros. O bioma só ocorre no Brasil, assim como o Velho Chico, que é o único corpo hídrico de grande porte que nasce e deságua em território nacional. Além disso, entre as 1.031 espécies coletadas — a partir de 5.751 amostras —, 136 (13,2%) são restritas à Caatinga. Além disso, 25 espécies cuja ocorrência não era conhecida no Nordeste foram encontradas. Situação semelhante ocorreu com 164 plantas, nunca antes observadas na Caatinga. Mas a cereja do bolo é uma nova espécie coletada por pesquisadores, que ainda estão trabalhando com as informações obtidas em campo para publicar, até o final do ano, a descrição da planta em uma revista especializada.
— A espécie mais próxima desta é do Charco, na Argentina e Paraguai. Isso mostra uma relação entre Caatinga com aquele bioma, são ecossistemas incríveis — ressalta Siqueira. — Este é um dos resultados fabulosos do trabalho, mostra mais uma vez que a Caatinga não é pobre, homogênea nem o patinho feio dos biomas.
No último capítulo, “A flora das Caatingas”, assinado por 78 especialistas de 40 instituições, diversas universidades, entre elas UFRJ e USP, jardins botânicos, Embrapa e até o Museu de História Natural de Viena, detalha métodos de pesquisa e apresenta uma lista florística com as 1.031 espécies. Também é possível ver informações na internet, na página www.hvasf.univasf.edu.br/livro.
Os pesquisadores ressaltam, ainda, que ainda há muito para se descobrir sobre a flora das Caatingas. As plantas desenvolvem mecanismos de adaptação que são ignoradas pela ciência. Sendo assim, os autores do livro destacam que são necessários esforço e dedicação para que o estágio do diagnóstico da diversidade biológica seja superado pelos estudos voltados para as práticas de conservação. Nesta direção, a Univasf criou o Centro de Referência para a Restauração de Áreas Degradadas.
Recuperar a Caatinga é uma tarefa árdua, requer conhecimento científico específico. Isso reforça a importância de manter áreas nobres ainda intocadas. A equação é simples: é muito mais fácil e barato manter a floresta em pé do que tentar reflorestar uma região degradada. Por outro lado, sem o rigor acadêmico, empresas que são obrigadas a replantar em determinadas áreas acabam fazendo as escolhas erradas, como colocar grama de crescimento rápido e impacto visual, mas inadequada para o meio ambiente.
Formatar um conhecimento consolidado de como recuperar a Caatinga deverá ser um trabalho para pesquisadores durante os próximos 30 anos. Um capítulo inteiro é dedicado ao assunto: “Restauração ecológica da Caatinga: desafios e oportunidades”, assinado por Felipe Pimentel Lopes de Melo, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco; Fabiana de Arantes Basso, do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga, da Univasf; e Siqueira. Os autores expressam a urgência de melhorar a relação do homem com o meio ambiente. É fundamental superar a tensão entre a conservação dos recursos naturais com a crescente demanda por matéria-prima, como lenha, carvão, água e energia. Em geral, as soluções imediatistas e sem planejamento trazem enormes prejuízos econômicos, sociais e ambientais: os três pilares da sustentabilidade.
O livro também pode ser lido como uma exaltação ao bioma, incluindo a chamadacultura ‘caatingueira’ e a alma sertaneja, que não são deixadas de fora da edição. No segundo capítulo, (“Viajantes naturalistas no Rio São Francisco”), considerado pelo organizador do livro como o mais poético, Lorelai Brilhante Kury, especialista da Fundação Oswaldo Cruz e da Uerj, faz um resgate histórico e cultural das transformações ambientais.
As agressões ao Velho Chico são históricas. O rio serviu com via de ocupação da região. Ricos e pobres usam os recursos naturais como se fossem infinitos. Entre Petrolina e Juazeiro, casas que valem cerca de R$ 500 mil contam com equipamentos sofisticados, segurança de primeiro padrão e móveis caríssimos, mas a estrutura sanitária é arcaica, contamina o lençol freático e o rio. Lanchas e motos náuticas geram ruído e afugentam peixes. Quase não se vê reaproveitamento de água ou o uso de fontes energéticas renováveis.
— A principal contribuição do livro é chamar a atenção para a Caatinga. É o único bioma exclusivo do Brasil, porém o menos conhecido. Seu personagem mais famoso é o Rio São Francisco, que serviu de mote para o estudo de conservação da Caatinga — frisa Felipe Melo, professor de ecologia da Universidade Federal de Pernambuco e um dos pesquisadores envolvidos na coleta de informações que constam do livro.
Mais do que apontar problemas, os pesquisadores defendem a adoção de práticas sustentáveis. No final de cada capítulo, eles apresentam medidas que poderiam mitigar impactos social, ambiental e também econômico. Além disso, há preocupação com a difusão das informações geradas. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por exemplo, também recebe parte do material coletado pelos cientistas. A instituição carioca poderá montar uma estufa dedicada às plantas da Caatinga.
— É um desafio para a sociedade garantir desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Vamos fazer outra Sobradinho? Não. As cidades que ficaram debaixo d’água por causa dos represamentos do Rio São Francisco perderam histórias, vidas, sítios arqueológicos inteiros — argumenta José Alves Siqueira. — Em síntese, posso dizer que o caminho a ser seguido para viabilidade do São Francisco como modelo de desenvolvimento para outras regiões é a base científica sólida. Investir em recursos humanos, aporte de recursos financeiros para ciência, tecnologia e educação básica.
Os diagnósticos apresentados no livro, porém, têm prazo de validade. Os autores afirmam que são necessárias intervenções imediatas pra tentar mudar em escala regional o cenário de degradação. Além disso, sobram críticas em relação às discussões que envolvem o novo código florestal. O organizador do livro sustenta que já há conhecimento científico sólido em relação à necessidade mínima de 30 metros de vegetação nas margens dos rios para a proteção da qualidade da água, estabilização de encostas e prevenção a enchentes.
Dinheiro não falta. Pelo contrário. Só as obras de transposição de águas, originariamente orçadas em R$ 4,5 bilhões, deverão consumir cerca de R$ 10 bilhões. São recursos federais que prometem melhorar a qualidade de vida na região. Não é o primeiro grande investimento público da Caatinga. Porém, analisando a história, pesquisadores não encontraram relação direta entre o gasto e o bem-estar para a população.
Para quebrar a ideia de que o setor público não consegue fazer trabalhos de qualidade, os pesquisadores se esforçam para multiplicar o legado dos programas ambientais, previstos nos investimentos que mudarão o curso de parte das águas do Rio São Francisco.
Desde 2008, quando o dinheiro começou a ser repassado para a universidade, foram criados o Centro de Referência da Caatinga e novos laboratórios. A equipe conta com dez picapes com tração nas quatro rodas para percorrer a região durante o monitoramento da vegetação.
O trabalho de formação de alunos se volta para o bioma local. Por exemplo, havia uma dificuldade em achar veterinários que conhecessem os animais do bioma, como o veado catingueiro. Até então, grande parte dos alunos da universidade só entendia de cachorro e de gato.
— A obra (de transposição da água do Rio São Francisco) acaba nos proporcionando os meios para uma formação mais qualificada dentro da universidade. A demanda é grande, falta gente especializada para trabalhar para nossa equipe. Contratamos pessoas do Brasil inteiro — diz Siqueira. — A chave é procurar entender as especificidades do bioma Caatinga, que, muitas vezes, chega a passar dez meses na seca. Precisamos entender as adaptações da fauna e flora, assim como a cultura.


Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/pesquisadores-anunciam-extincao-inexoravel-do-rio-sao-francisco-6188992#ixzz35DTzxgHv

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Estrelas-do-mar estão se dissolvendo até a morte entre Canadá e México


19 de junho de 2014 às 17:00

Estrelas-do-mar estão morrendo e cientistas desconhecem as causas. Foto: Divulgação/Internet
Estrelas-do-mar estão morrendo e cientistas desconhecem as causas. Foto: Divulgação/Internet
Milhões de estrelas marinhas estão morrendo na costa oeste da América do Norte, do México até o Canadá passando pelos EUA. Esse feito tem intrigado cientistas, que desconhecem a causa desses animais que estão dissolvendo até a morte.
Nos EUA fala-se em uma epidemia que pode causar o desaparecimento de todos estes seres. Cerca de 30% a 50% das estrelas-marinhas foram infectadas com a doença. Biólogos de Universidades norte-americanas, dizem não ter ideia sobre o que estaria causando a morte dos animais, e que eles parecem estar “apodrecendo”.
Hipóteses diversas foram cogitadas pelos cientistas, como por exemplo, a radiação emitida pela usina nuclear de Fukushima, poluição química, infecções bacterianas, virais ou os dois.
Biólogos temem que a extinção da espécie cause uma tragédia ambiental, uma vez que as estrelas-marinhas, alimentam-se de vários tipos de ostras e a população desse molusco sairia de controle.

Ovelha ajuda em recuperação de filhote de rinoceronte órfão


(da Redação)
O filhote de rinoceronte recebe cuidados de veterinários sob o olhar atento da ovelha Skaap. Foto: HESC
O filhote de rinoceronte recebe cuidados de veterinários sob o olhar atento da ovelha Skaap (Foto: HESC)
No mês passado, funcionários do Centro de Espécies Ameaçadas de Hoedspruit (HESC), na África do Sul, descobriram um filhote de rinoceronte que chorava inconsolável ao lado do corpo da mãe morta.
Ela havia sido brutalmente assassinada por caçadores, que arrancaram os seus chifres com o objetivo de vender no mercado ilegal. A equipe do centro, que trabalha pelos animais raros, vulneráveis e ameaçados, relatou que o filhote recusava-se a sair de perto de sua mãe e teve que ser sedado antes de ser transportado para o HESC. As informações são da Care2.
Filhotes de rinoceronte têm uma relação muito estreita com suas mães e são realmente muito dependentes delas, sobretudo durante os dois primeiros anos de vida. Como os rinocerontes estão sendo dizimados devido à procura por seus chifres para a medicina tradicional chinesa, muitos órfãos são deixados à sua própria sorte. É comum ocorrer mortes de filhotes por estresse, pela falta de suas mães ou de uma figura materna.
Conforme publicado recentemente pela ANDA, o filhote, que recebeu o nome de Gertjie ou “Little G”, teve dificuldades para dormir sozinho e contou com o apoio de humanos. Os funcionários revezavam-se para alimentá-lo a cada três horas e dormiam ao lado do seu quarto para assegurar que ele fosse alimentado a intervalos regulares.
Mas não foram apenas as pessoas que ajudaram Gertjie; o filhote de órfão contou com o apoio de uma ovelha chamada Skaap.
Skaap sempre por perto do filhote em recuperação. Foto: HESC
Skaap sempre por perto do filhote em recuperação (Foto: HESC)
Segundo a reportagem, Skaap comporta-se como a mãe adotiva para os animais em reabilitação no centro. Ela também ficou o tempo todo ao lado de Gertjie, ajudando-o a se sentir seguro e amado.
Acredita-se que Gertjie estivesse com três meses de idade quando foi encontrado em maio. A boa notícia é que o bebê rinoceronte, agora com estimados quatro meses de idade, está em um estado muito melhor.
centro está fazendo campanhas e arrecadando doações para ajudar a continuar cuidando de Little G. Eles estão provendo leite para ele, pois filhotes de rinocerontes desmamam entre 15 e 18 meses de idade, e Gertjie irá permanecer no HESC até então, quando estará pronto para ser reintroduzido em uma reserva de vida selvagem.
Já mais calmo, Gertjie desperta sendo assistido pela ovelha. Foto: HESC
Já mais calmo, Gertjie desperta sendo assistido pela ovelha (Foto: HESC)
Espécie quase exterminada
A África do Sul é o lar de 83% dos rinocerontes africanos, e de 73% de todos os rinocerontes do mundo todo. No entanto, a caça levou a espécie à crise e, se as mortes continuarem sobrepujando nascimentos de 2016 a 2018, os rinocerontes estarão extintos em um futuro próximo.
Mais de 2.650 rinocerontes foram mortos por caçadores na África do Sul nos últimos seis anos. A caça é alimentada pelo comércio de seus chifres, cuja demanda vem principalmente de países asiáticos onde se acredita que o chifre tenha poderes medicinais. A globalização e o desenvolvimento econômico facilitam o comércio e as rotas de fuga. A mãe de Gertjie foi vítima desse tráfico, bem como milhares de outros indivíduos da espécie. Assine a petição  para ajudar no apelo às elites políticas e militares de Washington e às embaixadas de Zimbabwe e da Tanzânia para que continuem os seus esforços na luta contra a caça a rinocerontes e elefantes nas nações africanas.
fonte:
anda.jor

Comitê Médico pela Medicina Responsável lança vídeo de animação contra testes em animais


Por Marcela Sini do Prado (da Redação)
testes
O Comitê Médico pela Medicina Responsável (PCRM – Physician’s Committee for Responsible Medicine) lançou um vídeo de animação no qual discute as desvantagens de se fazer testes em animais. O PCRM é uma organização de Washington (EUA) dedicada a promover a medicina preventiva, especialmente uma melhor nutrição e padrões mais elevados em pesquisa e educaçãomédica. As informações são do One Green Planet.
O estilo simples e fofo das animações faz com que a imagem do sofrimento e da morte dos animais seja ainda mais perturbadora, e o começo do clipe é difícil de se assistir, especialmente para quem ama e sente empatia por esses seres.
A segunda metade do vídeo coloca em foco os testes de toxicidade modernos livres de crueldade aplicados em robôs, e explica o porquê são mais rápidos, mais baratos, e mais efetivos que testes em animais. Se mais companhias usassem métodos substitutivos, os produtos seriam de melhor qualidade e os consumidores gastariam menos dinheiro. Então, por que cientistas continuam fazendo uso de testes em animais?
Confira abaixo o vídeo e sua tradução:

Tradução:
“Componentes químicos estão em quase todos os produtos que nós usamos. Nós precisamos entender os riscos.
Hoje, milhares de componentes químicos estão circulando no meio ambiente e, além disso, nós não sabemos exatamente como eles afetam as pessoas ou outras vidas em nosso planeta. Durante décadas, os cientistas vêm tentando entender os efeitos da exposição a substâncias químicas fazendo testes em animais, mas estes testes nunca foram a resposta e eis o porquê:
1. Eles são extremamente cruéis. Milhões de animais são envenenados intencionalmente até a morte ou sofrem violações químicas em suas peles, olhos e órgãos internos. Eles nunca recebem alívio para dor.
2. Eles são falíveis. Os animais são sujeitos a altas doses de componentes químicos; cerca de 1.000 vezes mais do que os humanos estariam expostos, e os animais, geralmente, reagem de forma diferente da forma que os humanos reagiriam, tornando difícil transmitir os detalhes de seus testes em informações importantes para seres humanos. Isso leva a mais testes e protelações e proteções àsaúde humana e ao meio ambiente.
3. Experimentos em animais são caros e consomem muito tempo. Um teste de apenas um componente para tratar o câncer pode levar até três anos para ser concluído e custa milhões de dólares.
Felizmente, há uma solução. Recentemente, os cientistas desenvolveram métodos inovadores para testes que, na verdade, prognosticam como um componente químico pode afetar células, tecidos e órgãos humanos. Essas novas tecnologias são mais sensíveis e podem detectar efeitos tóxicos que experimentos em animais podem deixar passar. Além disso, na maioria das vezes, eles são mais baratos e muito mais rápidos.
Por exemplo, um novo dispositivo robótico pode trabalhar sem parar testando milhares de componentes químicos todos os dias. Na verdade, ele pode testar mais componentes químicos em um único dia do que tem sido testado nos últimos vinte ou trinta anos em animais.
International Academy of Sciences relatou que os principais especialistas do país recomendam uma mudança total dos testes em animais. De qualquer modo, aqueles que lucram com a atual situação estão impedindo mudanças. Obter a melhor informação sobre componentes químicos o mais rápido possível deveria ser nosso objetivo e o único modo de conseguir isso é parar com estes testes.
Por favor, junte sua voz à nossa e exija que a indústria e o governo usem métodos modernos de testes. É a coisa certa a se fazer e é nossa maior esperança para o futuro. Para saber mais e entrar em ação, entre no site do PCRM.”
fonte: anda.jor

Candidato à presidência tem planos de incentivar o vegetarianismo no Brasil


Fabio Chaves
Do Vista-se

Em uma entrevista recente à Folha de S. Paulo, gravada em vídeo (assista aqui), o candidato à presidência pelo Partido Verde (PV), Eduardo Jorge, falou sobre pontos polêmicos de suas diretrizes de governo. Além da descriminalização do aborto e da legalização da maconha regulada pelo Estado, Eduardo Jorge falou sobre os planos que tem para incentivar a alimentação vegetariana no Brasil, caso seja eleito.
“A humanidade evoluiu a tal ponto – a técnica agrícula, os estudos nutricionais – que já dispensa o homem de ter que ficar sacrificando, torturando as outras espécies como sempre fez ao longo da sua história. É a nossa posição – e não é uma posição impositiva, é uma posição do exemplo – que a gente tem que caminhar para uma dieta vegetariana. Ela é mais humana, do ponto de vista da relação com as outras espécies, ela protege a saúde dos humanos e ela é ambientalmente mais adequada.” – disse.
O candidato do PV, que tem uma extensa carreira política e já foi Secretário do Verde e do Meio Ambiente e também Secretário de Saúde do município de São Paulo, contou sobre a implementação da merenda vegetariana feita nas escolas do município uma vez por semana.
Embora não seja vegano, Eduardo Jorge se declara vegetariano desde 2011 e criticou fortemente o modo como as galinhas são tratadas na indústria dos ovos.
“Você concorda que as galinhas fiquem em gaiolas, com o bico cortado, com a luz acesa para pôr ovo dia e noite e depois sejam jogadas no lixo? Você concorda com uma coisa dessa? Você pode concordar? Você mostraria para o seu filho um filme de como os bois são sacrificados para produzir aqueles bifes que chegam à mesa? O homem não precisa mais disso. Na época em que nós éramos feras entre feras, na época das cavernas e até um pouco depois, isso era até uma questão de sobrevivência. Isso não é mais necessário. Não é mais necessário que se torture os animais como a gente tortura.” – disse o candidato.
Não há registros de que um candidato à presidência do Brasil tenha feito declarações parecidas a respeito do vegetarianismo.
fonte:http://vista-se.com.br/